sexta-feira, 25 de abril de 2014

Simulando 2014!

Mais uma eleição presidencial se aproxima e o jogo político está a pleno vapor desde algum tempo!

A palavra mais adequada de fato é JOGO, por diversas razões por muitos e arriscados lances, até mesmo em desacordo com as regras legais, mas também por existirem ganhadores e perdedores, e infelizmente independente dos personagens e partidos, dos resultados obtidos e de quem sagra-se vencedor, um dos perdedores certos é uma enorme parcela de eleitores que são iludidos e manipulados por esquemas e grupos que interferem nos resultados e nas jogadas, influenciando jogadores e o jogo.

Dentre estes personagens muitas vezes ocultos estão cartéis, empresas e representantes quem nem sempre são legítimos interessados, mas há também todo um segmento social representado por alguns que assemelham-se a uma colônia de parasitas do poder, que não exitam em jogar sujo, usar muito dinheiro e prestígio, manipular massas através de canais e instrumentos de mídia sem muito respeito a verdade ou aos interesses públicos e coletivos.  Infelizmente este é mais uma forma de câncer social presente em nossa realidade, até pior do que a corrupção (não que haja algo bom nesta), mas porque está é só mais um instrumento de tais grupos políticos, econômicos e sociais.

Mas esqueçamos um pouco o que há por trás das jogadas!  Voltemos ao nosso tema e propósito!

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Vamos esquecer um pouco o ambiente eleitoral a nível de estados, e centrar nas eleições majoritárias, não que o primeiro não seja importante, mas por ser deveras amplo e necessitar de um espaço maior de argumentação, mas não deixaremos de citar alguns pontos pertinentes e além das questões relativas a necessidade de formação de maiorias para viabilizar qualquer governo.

Presidenta Dilma Rousseff
Lembramos que por se tratar dia uma simulação de horizontes e ambientes, não há necessidade de
correspondência e coerência total com os fatos concretos do meio político. Há sim muita conjectura!

A princípio vamos nos concentrar no ambiente das eleições presidenciais de 2014 e voltado aos três principais candidatos, não numa perspectiva de perfil mas de conjuntura em torno de cada candidatura e de forma rápida e não muito profunda.

A candidata Dilma Rousseff, atual governante e líder nas intenções de votos segundo pesquisas recentes!

A presidenta enfrenta algum desgaste em sua imagem pessoal e de governo, algum com certa fundamentação em decorrência da associação de desempenhos indesejados da economia, amplamente divulgados por setores da mídia sob uma perspectiva exagerada e especulativa, sem considerar a realidade dos acontecimentos mundiais na economia e em variáveis sociais que atingiram muitas nações desenvolvidas e mais estruturadas do que o Brasil, algo que vem ocorrendo nos últimos anos e que só agora atinge mais fortemente nosso país.  O que ocorreu em parte da Europa, como Espanha, Itália, Grécia e até na França, e que levaram tais países a situações preocupantes parece não ter efeito algum sobre o Brasil, ao menos para um segmento político social e da mídia local, que insiste em ver de forma negativamente exagerada nossos índices recentes (2013) e traçam perspectivas sombrias para o futuro, boa parte delas em achismo.

Brasil tem 3º maior crescimento no mundo - Rodrigo Vianna 27.02.2014

Crescimento da economia brasileira em 2013 foi o 3º maior no mundo - JB 27.02.2014

Mas além das questões econômicas que afetam o Brasil, e da omissão da maior parte mídia que insiste em traçar cenários caóticos e tentar influenciar nos resultados eleitorais semeando medo e desilusão entre os desinformados, omitindo informações positivas ou o contexto da economia mundial no qual o Brasil se sobressai. Há também os horizontes domésticos conturbados dentro da aliança com um PMDB fisiológico, para não falar de outros mais, dentro do próprio PT que não se harmoniza apropriadamente em torno de sua candidatura,ao menos no tempo certo, dando margem a perdas de popularidade da candidata e refletindo nos resultados de pesquisas de aprovação, permitindo ainda que adversários explorem tais fraquezas e tentem confundir eleitorado e militantes, estimulando a dissidência (algo que parece ser feito com certa maestria por adversários ligados ao partido do candidato Eduardo Campos, que se sobressaem em relação a outros).
 
Não se pode negar que alguns dos companheiros e dos aliados da presidenta Dilma, são sim responsáveis no mínimo indiretos por quedas nas suas projeções eleitorais recentes, mas ainda possíveis de reversão.

Outro fato amplamente conhecido é a temporada aberta de denuncismo, aliás diga-se de passagem muitas delas sem preocupação com o público ou com o erário, e outras tantas infundadas e/ou criadas em cima de acontecimentos e eventos tirados do seu contexto original e relacionados ao governo, partido ou a própria presidenta de forma muitas vezes forçada, algo que virou rotina para os que usam este instrumento como forma de combater a ideologia política do PT.  Contudo pode-se de fato reconhecer que nem uma administração, partido ou governo é imune a desvios e ou a corruptos (infelizmente), mas a mídia e os interessados tratam de destorcer, amplificar ou inventar relações para prejudicar este ou àquele, ou quando interessa acobertar maus políticos simpáticos a tais grupos, e ainda assim o fazem sobre a bandeira da hipocrisia, e arvorando-se da liberdade de imprensa para criar fatos e notícias infundadas.

Apesar de tudo e do fato de que muito provavelmente já esteja em curso mais uma armação midiática, com a construção de mais escandá-los ou factoides, usando-se de arapongas e de recursos sabe-se lá a origem, para exaustiva e parcialmente ser evidenciado na TV, jornais e revistas, visando sepultar a possibilidade de reeleição de Dilma Rousseff no primeiro turno, esta ainda tem enormes condições reais de concretizar esta possibilidade.  Mesmo considerando que nos meses que se seguem, especialmente durante a copa do mundo, vai explodir uma onda de "protestos" por grupos "sociais" e de classes, muitos deles movidos por interesses diversos e não muito claros, onde de fato cumpriram um papel significativo num objetivo de minimizar e ofuscar resultados positivos do evento e criar um ambiente social desfavorável, nem sempre perseguidos e planejados pelos executores, e sem deméritos àqueles que organizados e efetivamente comprometidos lutam por melhores condições sociais e profissionais que podem vir a se manifestar de forma legitima e apropriada no mesmo período.

Há uma verdade em muitas das avaliações feitas publicamente, a maior dificuldade que Dilma enfrenta está muito mais relacionada a ela, sua aliança e ao seu partido do que na força dos adversários, mas por trás desta há a tentativa de seus opositores (não os candidatos propriamente) mas outras forças, de esconder a sujeira do jogo político e midiático que financiam e implementam, jogando a culpa por possíveis resultados negativos naqueles que eles atacam sorrateiramente, ou de forma dissimulada.

Grande mídia organiza campanha contra candidatura de Dilma - Carta Maior 02.03.2010

Dilma conta com certa vantagem face a penetração de programas sociais que tem elevado o padrão de vida de parte da população brasileira, programas como o Minha Casa Minha Vida, PROUNI, FIES para financiamento da educação superior, Mais Médico, e claro o Bolsa Família, mesmo sobre críticas são sim instrumentos inclusivos e alavancam melhorias sociais.  Há ainda aspectos econômicos muito positivos, relativos a expansão de setores e empresas, mesmo entre as públicas destacam-se a Petrobrás e o Pré-Sal, e o Banco do Brasil, um dos maiores bancos da América Latina, que tem apresentado lucros extraordinários e atuado em vários seguimentos sociais inclusive por orientação do governo.  Aspectos que não recebem o devido destaque e reconhecimento na imprensa, e são objeto de sabotagens eleitoreiras.

Apesar de tais circunstâncias nossas simulações apontam para exito da candidata, o que não significa ter maioria e tranquilidade num segundo governo, e não vamos deixar de avaliar os horizontes adversos e de interesse dos candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, e claro que alguns aspectos do entorno de suas candidaturas.

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O presidenciável Aécio Neves do PSDB!

Senador Aécio Neves
Na verdade Aécio representa um espectro mais amplo de políticos, muitos deles ligados a antiga direita brasileira, tais como DEM e até parte do PMDB, sem falar de outros partidos menores.

Apresenta-se como candidato jovem, competente e que representaria uma alternativa política, quando de fato está totalmente comprometido com uma velha fórmula de fazer política e a grupos que já estiveram por muito tempo no poder, onde se constatou significativa rejeição das camadas mais pobres por terem sido relegados ao esquecimento e colocados a margem da sociedade, através de um  grande abismo de renda e de políticas públicas excludentes.

Apesar dos cargos ocupados o atual senador Aécio, não tem grande projeção junto a população e ainda enfrenta problemas de engajamento de parte do PSDB que sempre apoiou, o sempre candidato José Serra que atua em prol das lideranças tucanas paulistas. Aliás trata-se de um grupo político do PSDB que está em foco negativo a décadas, não na maior parcela da mídia partidária e conservadora, mas de alguns meios sérios de comunicação que desde os idos de 90 tentam chamar a atenção da população para esquemas milionários de desvio de recursos públicos, sejam vinculados a bancar a reeleição de Fernando Henrique e a privatizações, e ao ralo do PROER, ou aos esquemas vinculados de caixa 2 tucano,  e ao metrô de São Paulo.

MIRO: OS CRIMES DE FHC QUE O PIG (*) ABAFOU - Conversa Afiada 07.08.2012

Mesmo tendo uma significativa lista de escandá-los vinculados a membros do entorno de sua campanha, estes fatos não devem repercutir significativamente pois são omitidos na chamada "grande imprensa" e são desconhecidos da população, tanto quanto o candidato que custa a emplacar e até ser aceito no próprio partido.

STF desmembra inquérito sobre cartel em licitações do metrô de São Paulo - Zero Hora 05.02.2014

Ninho tucano em polvorosa, será? - Foco Brasil 29.01.2014

Herdeiro direto do legado tucano, o Plano Real que proporcionou estabilização econômica alicerçado em fundamentos que privilegiavam distorções sociais, como o desemprego devido ao arrocho econômico, a privatização de empresas públicas de alto desempenho como a Vale do Rio Doce (vendida a preço baixo e hoje amarga inúmeras dificuldades com abandono de áreas de atuação e transferências de setores para empresas estrangeiras), e o enorme abismo social com uma parcela de excluídos que superava os 30 milhões de brasileiros, foi comodamente esquecido em outras campanhas majoritárias pelos candidatos do PSDB.

Tudo que Aécio desejava certamente seria um segundo turno das eleições, e certamente contará com a ajuda de setores da imprensa, do empresariado e de ruralistas, dentre outros que torcem e as vezes trabalham pelo clima de quanto pior melhor, sendo alguns adeptos dos jogos de denúncias vazias e fabricadas, financiando as maquinações e esquemas de denuncismo para obter resultados eleitorais, políticos e econômicos em detrimento do interesse social.

Talvez por isso há tanta ênfase em atacar a Petrobrás com denúncias nem sempre coerentes, e muito mais do que a possíveis responsáveis por quaisquer desvio que possa ter ocorrido, na mesma postura de que quando são os adversários que são suspeitos, estes são sujos e corruptos todos e sem dúvidas, quando os suspeitos são correligionários como no caso do Metrô de São Paulo, já são todos inocentes e nada ocorreu, como costumam alegar os políticos do PT ao chamarem a atenção sobre os corruptos do PSDB e DEM.

Contudo as chances no segundo turno são menores, mas Aécio já traçou uma aliança estratégica com outro "adversário" o ex-governador Eduardo Campos, caso ocorra um segundo turno. Agora é só torcer pelo pior e pela mídia parcial para alavancar sua campanha, escondendo o que convém omitir do povo.

As fotos falam muito nestes tempos (todas as fotos obtidas no Google Imagem)!



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E Eduardo Campos, o que dizer?

O candidato tem saltado de lado a lado em seus conchavos políticos, abandonou uma antiga aliança com o governo petista e não se constrangeu em associar-se a antigos e históricos adversários políticos, verdadeiros desafetos como o senador Jarbas Vasconcelos do PMDB e Mendonça Filho do DEM.

A postura pública dissimulada como as que são vistas à frente do Governo de Pernambuco, que enfatiza "uma nova forma de fazer política", que na essência é a mesma ou até pior do que a praticada pelos adversários, sustentada numa imagem criada as custas de muito marketing e de apropriação de ações de terceiros como se fossem exclusivamente suas, num ambiente extremamente favorável criado pela enxurrada de recursos que as administrações do PT destinaram a Pernambuco.  Verifica-se uma pouca coerência ideológica e política entre as ações do candidato e as linhas que diz seguir e defender, o que tem gerado pouca expressividade no cenário nacional, também pelo seu desconhecimento que caminha próximo a suas ambições.

Eduardo Campos ultrapassou o limite do mau-caratismo - Blog O Terror do Nordeste 02.10.2013

Eduardo Campos é o governador que mais eleva gastos no país - Folha de São Paulo 02.11.2013

Muitos dos resultados alardeados pelo candidato e das propostas políticas, não superam os limites da oratória, e para fazer decolar tentar colar sua imagem a qualquer um ou qualquer coisa que possa projetá-lo, foi assim quando como adesivo aderia a imagem do ex-presidente Lula, e tentando repetir os feitos eleitorais tratou de arranjar um acordo com a senadora Marina Silva, ex-presidenciável, que com isto emprestou sua imagem a setores e práticas políticas que sempre disse combater e ser contrária (uma decepção para muitos de seus eleitores).  O candidato tentou inclusive colar sua imagem ao presidente do STF Joaquim Barbosa.

Contudo pode-se reconhecer suas ações na venda da Celpe e na criação das parcerias público privadas que atuam na Compesa, poço de ineficiência e de críticas pela população não por ser pública, mas por não se preocupar com ações sociais e estar adotando práticas de mercado voltadas a prestação de serviços terceirizados e de péssima qualidade, outra parceria que chama a atenção nem sempre positivamente, é a da administração de unidades hospitalares recém criadas (com recursos federais) e das UPAS (algumas tidas como de interesse político e usadas para nomeação de funcionários sem concursos).

É preciso notar que o discursos, as práticas e entendimentos do candidato do PSB, estão hoje alinhados aos antigos setores de direita, e o afinam bastante com seguimentos do PSDB, criando para os seguimentos antes tidos como "elitistas" e "reacionários" mais uma alternativa política, na prática seguimentos da  mídia e de setores políticos e econômicos "dominantes", entenderam que é possível apoiar conjuntamente os dois candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, numa aposta para fazer decolar as projeções eleitorais e quem sabe forçar um segundo turno nas eleições de 2014.

Em Pernambuco setores importantes da imprensa e do empresariado fecham os olhos as distorções criadas ou amplificadas pela administração de Eduardo Campos, a título de ter outro presidente simpático aos seus interesses locais, e Eduardo se esforça em atender alguns seguimentos.  Eduardo é hábil em manobras e conchavos, e no campo político muitas vezes aposta na união com seguimentos de uma legenda para expor e enfraquecer o grupo, aproveitando para catalisar o espólio.

A realidade que abate Eduardo Campos - NE10 Blog do Jamildo 18.03.2014

O modo socialista de governar: caso de Pernambuco (III) - Congresso em Foco 20.04.2013

É um político centralizador e com ambições que superam os interesses até do partido ou grupo a qual se associa, e isto poderá ser um problema futuro para Marina Silva e seus aliados.  Mas no horizonte atual sua aposta lhe trouxe problemas enormes, deu um passo maior que as pernas e traiu aliados (é que dizem muitos dos seus antigos aliados políticos), isto cria uma situação desfavorável, pois conseguiu unir contra si muitos dos antigos aliados em Pernambuco o que implica num alto risco de perda de controle da administração estadual, e num completo isolamento político do Recife, com perda de prestígio e poder do PSB e de Eduardo Campos.

Não se elegendo, e no cenário menos desejado por ele, elegendo-se Dilma Rousseff, a possibilidade de isolamento é maior pois a sequelas muito fortes com relação ao PT, ou grande parte dele.  Tal fato atrapalharia seu projeto para 2018, uma vez que sem o apoio e os espaços de projeção e financiamento, e sem o controle de Pernambuco, seria muito mais difícil uma nova campanha, restando-lhe afinar ainda mais com os atuais aliados de "direita" e também tentar eleger o máximo de representantes no Congresso.  Ainda assim estaria ameaçada sua liderança no PSB que trata como uma propriedade sua ou de muito poucos. 
Ex-governador Eduardo Campos

A aposta de Eduardo tem um preço muito alto, e não decolou até agora, além das dificuldades de uma campanha majoritária, sua relação passada com o atual governo levanta incógnitas entre muitos eleitores,  isto suscita pouca repercussão de suas propostas e a expectativa de que é apenas discurso vazio de quem fará tudo para se eleger.  Suas perspectivas são cada vez menores e improváveis! Falta-lhe confiança do eleitor e da população em geral!


A verdade por trás da máscara. - Foco Brasil 20.02.2014

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Como dissemos toda esta abordagem é uma simulação de cenário, um teste que é feito com base nas informações correntes, e outras de fontes nossas, bem significativas, mas projetando um horizonte que não é necessariamente o que projetam outros que se dispõem a analisar a dinâmica eleitoral de 2014.  São opiniões e análises nossas, que eventualmente podem até encontrar semelhanças com outras opiniões, mas não refletem interesses eleitorais ou políticos de outros ou de instituições e partidos, e sim algo mais próximo a verdade e ao respeito a história.

domingo, 13 de abril de 2014

Legalizar é bom para quem?

Maconha, legalizar é bom para quem?

Estamos assistindo vez ou outra o surgimento de propostas que são polêmicas e preocupantes.  

Falo da inúmeras iniciativas na tentativa de legalizar a maconha no Brasil, muito mais do que descriminalizar, e que na prática torna-se-a um atestado de incompetência do Estado que assumiria suas limitações e iria transferir o problema para a sociedade, exclusivamente e inadequadamente.

Há muitos argumentos que são usados pelos defensores de tais propostas, desde o exercício da liberdade até uma alegada baixa ofensividade do consumo da mesma (algo que não encontra fundamentação científica) ou que é amplamente contestável.


O Brasil, em especial a parcela da sociedade formada por adolescentes e jovens já sofre enorme prejuízo com o consumo e uso das chamadas drogas legais, cigarro e bebidas alcoolicas especialmente.  Onde cada vez mais e entre pessoas de pouca idade aumenta o consumo destas, e também sofrem os males diretos e indiretos do uso destas drogas, que agem lentamente contra a saúde dos brasileiros, ou de forma indireta como no caso do álcool fomentando a violência na sociedade e as absurdas mortes no trânsito.

As campanhas contra o fumo e o uso de bebidas principalmente quando ao volante, mostram que quando o Estado estrutura suas ações e foca as atividades dos órgãos públicos pode-se reverter problemas graves, um bom exemplo é a forte repressão aos motoristas que dirigem alcoolisados, algo que surte efeito positivo.

Claro que a dimensão do consumo das drogas ilícitas é outra, e que dado o potencial ofensivo destas e das estruturas criminosas que mantém a venda e o tráfico, não podemos pensar que seja tão simples a solução.

Mas o que aponta para uma resolução ou menor incidência da criminalidade a partir da autorização e venda da maconha, não se sustenta e baseia-se em suposições que na prática não dão sinais de melhorias neste problema social.   Há países onde o consumo de maconha é autorizado, a exemplo da Holanda, mas que não há sinais de resolução dos problemas relacionados ao consumo de drogas e ao tráfico, lá inclusive já se pensa em rever a liberação vigente como apontam algumas notícias.



Mesmo estabelecendo políticas favoráveis ao uso de drogas, Holanda continuou como um dos principais destinos de drogas comercializadas ilicitamente, e os problemas causados pelo consumo não melhoraram havendo aumento de males e criminalidade atribuídas ao uso de drogas.

A aventura iniciada no Uruguai não encontra sustentação nem entre sua população, e há possibilidade de ocorrer um incentivo ao crescimento do número de usuários é real, ampliando a base de consumidores e os problemas num futuro próximo.


Aqui no Brasil há um grave problema social, que envolve a sociedade e os sistemas de saúde, segurança pública, justiça e inúmeras outras áreas.  Mesmo não sendo liberado o uso de drogas há relativa facilidade de aquisição de produtos ilícitos, onde evidencia-se uma total falta de estrutura e coordenação política administrativas pelo Estado, que esperamos sejam revistas e corrigidas a partir de ações macro e de uma Secretaria de Políticas Anti-Drogas eficiente e efetiva, especialmente na definição de ações estratégicas, algo que ainda não é perceptível.

Na verdade são as falhas do Estado, na repressão mas também na prevenção e nas ações de resolução com integração de múltiplos setores, mais a omissão da sociedade (que tolera a situação ou tenta excluir-se do debate e confrontamento do problema) e a corrupção de muitos agentes, que transformam o problema em algo terrível e num risco iminente a toda estrutura social, com absoluta degradação das instituições e pessoas.

Não é lavando as mãos e simplesmente liberando que vamos resolver os problemas, o risco maior é o de haver um crescimento exponencial de todos os males pela absoluta falta de controle, e de uma maior facilidade de acesso e consumo em especial entre os jovens, ou alguém acredita que a determinação de proibição de venda mantidas neste caso para menores (caso fosse liberada e permitida a venda em farmácias), evitaria que crianças e jovens cada vez mais novos tivessem contatos com sua primeira forma de droga mais intensa e viciante (lembrem-se o vício do álcool é real mas necessita de doses maiores e age lentamente).  Se o controle estabelecido em tais condições, com permissão de uso para adultos, fosse capaz de funcionar, não teríamos como de fato há a venda de bebidas a menores (cada vez mais intenso), nem o consumo de remédios controlados a partir da automedicação, e do livre acesso em qualquer farmácia, quando a lei prever que só deveriam ser vendidos com prescrição médica e rígido controle. 
     
Permitir a venda de maconha, mesmo em moldes como sugerido no Uruguai, na prática seria dar acesso à todos a uma droga que não é inofensiva como alegam alguns, seria atestar a incapacidade total de se enfrentar a situação, e não evitaria que as demais drogas continuassem seduzindo e destruindo uma parcela ainda maior da sociedade a partir de ingresso de mais usuários e ampliação dos consumidores ainda jovens.

É impensável pagarmos impostos para outros fins, quando já não são adequadamente usados até mesmo para minimizar os efeitos das drogas sobre os dependentes, e que muitas vezes não chegam as instituições de acolhimento que tem se mostrado como alternativas para desintoxicação e cura dos vícios em várias partes do Brasil.  Imagine usar recursos para manter instituições de vendas ou plantio da maconha, ou levar para as instituições de defesa como o Exército, a responsabilidade para controle do plantio e/ou distribuição destas, havendo centenas ou milhares de mercados consumidores em vários outros países, e com a possibilidade maior comprometimento de elementos e pessoas de tais instituições com desvios e tráfico. O que justifica tais riscos, o de minar ainda mais a sociedade e as instituições?

A situação atual não é simples de resolver e trás muitos problemas em todos os níveis, mas há uma considerável parcela da sociedade que jamais teve contato com as drogas, e outros tantos que apesar de usar drogas lícitas e nocivas não se envolvem ou não tem ao seu alcance outras drogas de alto poder viciante como a maconha, e a possibilidade de abrir as portas para este contato, representa mais riscos sociais.   


A história de que legalizando a maconha quebra-se a dependência que o usuário tem do traficante, e assim enfraquece o tráfico, é desmentida pelos fatos, costumeiramente os dependentes dão depoimentos onde afirmam que quando sentem-se privados de uma determinada droga recorrem a outras, e quando não tem maconha, optam por cola, crack, cocaína, etc.  Onde não podemos deixar de pensar que muitos que usam os entorpecente, já se predispõem a fazê-lo não por fins recreativos mais por dependência química ou por necessidade de consumir uma substância que forneça as condições que precisam a cometer um ato ilícito ou delituoso.

Vejamos algumas informações que justificam nossas argumentações:








Alguns depoimentos de quem esteve preso ao vício são bons exemplos, no programa PHN da Canção Nova, o primeiro testemunho já ocorre na pessoa do apresentador Dunga, mas é válido ver o que dizem seus convidados:





Além de tudo isto!

Vimos em muitos estudos que a maconha trás sim muitos problemas de saúde, e é uma fantasia para não dizer inverdade acreditar que o consumo de maconha traga efeitos satisfatórios a saúde.  A situação é outra, a extração de possíveis substâncias ativas para emprego na medicina não representa uma relação direta com o uso da erva, a utilização das substancias requerem estudos e processos de transformações químicas que não tem similaridades com o emprego em chás ou fumando a maconha.

Até hoje o que tem sido ratificado é que a erva gera dependência, e provoca principalmente entre os jovens a perda de memória e prejuízos intelectuais sérios, dentre outros males.

Quanto aos que defendem a legalizar a maconha para fins de lazer, é um verdadeiro absurdo, basear-se em possíveis direitos individuais para fazer tal argumentação, apesar de não ser estranho pois já há diversas políticas públicas e questões sociais sendo questionadas com base em interpretações destorcidas de princípios e leis sobre de liberdades individuais.

Para sintetizar as coisas, é mais ou menos como liberalizar os atos de pedofilia porque alguém sente prazer e se acha no direito de usar crianças para atender suas "necessidades" fisiológicas, na verdade seus desvios. Algo como não levar em conta os males e efeitos sobre as crianças, sobre a sociedade e que poderia a vir a amplificar um comportamento social doentio.

Vamos ser menos drásticos, imagine se fosse liberado o consumo de álcool aos condutores de veículos automotores?  Alguns deles poderiam até gostar e nem se perturbar com os danos que isto causa, mas quantos mais morreriam, algo que ainda hoje acontece mesmo havendo um sério enfrentamento ao problema, e leis que tornam mais restritivas as condutas semelhantes.

Não é uma questão de o indivíduo querer ou gostar de algo, mesmo a maconha, mas do quanto esta pode ser prejudicial aos demais membros da sociedade, e não caberia pensar sobre a perspectivas individuais.

Não se pode pensar em enfrentar os problemas relacionados as drogas, tornando aceitável o consumo, como se desta maneira fosse resolvido todos estes problemas e todo mal a sociedade.