segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Hora da fatura, a Covid19 cobra o preço

Covid-19: Brasil tem 290 mortes nas últimas 24h; total ultrapassa 150 mil - Olhar Digital 11.10

Brasil chega a 150 mil mortos por covid-19; leia os dados de todos os Estados - Poder 360 10.10 

Nós temos assistido todo o impacto da pandemia da Covid19 bem de perto, acompanhado casos de sofrimento que se multiplicam por todas as áreas e localidades, mas que recaem de forma mais intensa sobre os pobres, seja financeiramente com perda de postos de trabalho, paralisação econômica, e tudo mais; seja emocionalmente e concretamente, com casos de bastante dor em pessoas próximas ou situações públicas carregadas de sentimentos intensos, em que alguns perdem rapidamente pessoas de seus relacionamentos mais íntimos (pai, mãe e irmãos ou filhos), atingidos pela Covid19 e a mercê de estruturas de Estado, deficientes e insuficientes, ou caem em depressão por perderem o que construíram por décadas, e neste momento não conseguem manter, como efeito adicional da grave crise que atinge os brasileiros e o mundo. Nós temos medo e um triste índice no horizonte como consequência de falta de ação de governo, já caminhamos para os 200 mil mortos entre os brasileiros, e tudo indica que não há como parar este contador macabro.

A matemática e a lógica da morte pela Covid19 - Foco BRASIL 15.08

Vamos esquecer 100 mil mortos? - Foco BRASIL 16.07

Bolsonaro é responsável! - Foco BRASIL 05.06

 

Gráfico da evolução da Covid19 no Brasil - Google

 

Gráfico da evolução da Covid19 na Alemanha - Google


Gráfico da evolução da Covid19 em Cuba - Google
Gráfico da evolução da Covid19 no Paraguai - Google

 

Temos publicado inúmeras mensagens e publicações chamando atenção para falta de compromisso de autoridades e governos em todos os níveis, que ignoraram a pandemia, ou reagiram e atuaram de forma tímida e insuficiente, ou mesmo com declarações e posições combateram as medidas adotadas por outros que se preocuparam em minimizar os efeitos da pandemia com alguma ação em prol da sociedade, ou ao tentaram conter a doença e seus graves danos. Mas infelizmente como outras vozes e veículos de comunicação, somos desconsiderados enquanto voz da sociedade e da parcela mais exposta e desprotegida, que grita por socorro e por medidas sustentáveis e efetivas de proteção, enquanto assistem a morte de milhares dos seus entes.

Chegamos ao número absurdo de 150,5 mil mortos no Brasil e mais de 1 milhão de mortos no mundo. Algo que temos dito que aconteceria, com pouca atenção e algum esquecimento de muitos, especialmente no poder. O Brasil "comemora" com festas, praias, futebol, aglomeração de pessoas em bares e locais públicos, meios de transportes, centros religiosos e locais de lazer e edifícios coletivos, com exposição adicional e intensa de multidões ao vírus, seguindo uma falsa impressão de normalidade e segurança (com protocolos que não se cumprem), resultado também de um afrouxamento de medidas de distanciamentos, guiadas por convicções econômicas e financeiras, interesses corporativos e políticos, especialmente de candidatos e partidos políticos ou mantedores do poder, isso em véspera de eleição, que para os tais justifica o liberou geral, ainda que as condições de saúde e estruturais para conter uma segunda onda de Covid19 (se é que podemos falar de segunda onda, já que não cuidamos e não tivemos sucesso em parar a primeira adequadamente), não sejam viáveis e funcionais, em meio a um ambiente de alto risco de novos surtos e uma estabilidade vergonhosa, com cerca de 600 mortos diariamente no país (como se fosse algo aceitável) e mais de 23 mil infectados diariamente.

Segunda onda de coronavírus: países da Europa levam 'advertência' da OMS e planejam novas quarentenas - BBC 18.09 

No mundo uma segunda onda da Covid19 é mais clara, por vários países terem zerado casos (ou ficarem bem próximo a este resultado), agora ressurgem novos surtos com intensidade, diferente do Brasil, estes apresentam melhor resposta enquanto ato de Estado e postura de governo, em geral entre europeus, pois nas Américas  e especialmente no Brasil e nos EUA os números e resultados são horríveis, apesar de apregoarem estabilidade e em meio a muitas denúncias de irregularidades e corrupção, como em várias partes do Brasil e mesmo aqui em Recife.

Futebol e bar, aglomeração em Eng Maranguape Paulista  - Foto José Dilson

Imagens de aglomerações em ônibus RMR (setembro/20) - Foto José Dilson



 Domingo de feriadão tem movimentação intensa e aglomeração em praias no Recife - FolhaPE 11.10

Muita gente procurou a praia do Pina para se divertir neste domingo
Imagem reproduzida da FolhaPE

 

Em Pernambuco a situação não é boa, diria que trágica, não pelos números que apontam redução de infecções e mortes diárias, mas pela postura de excesso de confiança e desprezo com as medidas de distanciamento e proteção social, por parte da população que passou a ignorar os riscos da Covid19, como se estivéssemos livres da doença, mas também com a clara disposição das autoridades estaduais e dos municípios da RMR de Recife, especialmente na capital Recife, que priorizam a pauta dos agentes financeiros forçando uma normalidade ainda distante, a acontecer agora, viabilizando projetos políticos e eleitorais e partidários dos que estão no poder neste momento, inclusive sendo estes (candidatos) responsáveis por aglomerações inseguras. A margem destes fatos todos parecem assistir inertes, ignorando que no mundo recomeçou nova onda depois de algumas sociedades obterem resultados no combate a pandemia, muito melhores que os nossos. Pernambuco tem números de mortos e infectados enormes se comparado a outros estados brasileiros, ou mesmo a países, como em Cuba que tem muito poucos infectados diariamente (menos de 70 no pico), e 123 mortes em todo o período, ou no Paraguai que tem 49.675 casos de infecção e 1.077 mortos até o presente, com uma proporção de mortos por infectados muito  menor que a de PE, com números de infectados 3 vezes maiores ao deste país.

Até o momento mais de 8,4 mil pernambucanos morreram de Covid19 (8.411 mortos), mais de 154 mil infectados, e persiste dezenas de mortes diárias (o número mais baixo foram 11 mortes num dia, recentemente), e centenas de novos infectados.  Na vizinha Alagoas há números menores com 88.826 infectados e 2.138 mortes por Covid19, ou 1/4 do número de mortos de Pernambuco, e próximos ao da `Paraíba (menos de 2.100 mortos). A fatura chegou pesada, e fica clara apesar de outras situações (como população total, área, etc.), que não podemos desconsiderar a questão administrativa e de política de atuação do governo de Pernambuco e da Prefeitura de Recife, como algo que pesa nos números finais do combate a doença, onde há falhas de ação e falta de fiscalização ainda na vigência do decreto estadual de isolamento, onde podemos destacar a falta de atenção com o que ocorre com o transporte público, ônibus lotados durante toda pandemia, é só um dos exemplos dos riscos não tratados adequadamente pelas autoridades.

Mendonça sugere que Paulo Câmara só liberou eventos corporativos para permitir que convenção do PSB tenha aglomeração. - JC-NE10 05.09

Convenção da prefeita Isabel Hacker (PSB) causa aglomeração e descumprimento de normas sanitárias em Rio Formoso - FALAPE 17.09 

Ato político em Rio Formoso - Foro FALAPE

Agora durante as eleições vemos maus exemplos em políticos destes governos, e faz-se necessário dar uma resposta a altura nas urnas, contra o descaso com que lidaram e lidam com as necessidades da população pernambucana, é hora de não votar em candidatos a prefeito e vereadores, que estão no partido dos governos estaduais e municipais, que agiram mal diante da pandemia, e seus apoiadores, bem como não votar em aliados do presidente Jair Bolsonaro, um dos mais responsáveis pelos "erros" e falhas no combate a Covid19 e pela escalada de flexibilização, mas ainda pelos ataques e destruição do meio ambiente com queimadas e destruições que não encontram o devido tratamento e combate a nível de governo, e trás muito mal a saúde também, além das ameaças a própria sobrevivência de espécies e populações atingidas.