Eleições 2020: O que está por trás do fracasso do PT na prefeitura de São Paulo - BBC 16.11
O PT rumo ao desastre nas eleições municipais e em 2022 - DW 22.10
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Não faltam análises de sítios e canais de comunicação que dizem o óbvio, apresentam resultados sustentados em termos "concretos" de colocação ou posicionamento (ordenamento) dos números de candidatos ou partidos, segundo as apurações e totalizações obtidas, o que é fácil fazer, acrescentando análises aparentes e superficiais para referendar um propósito e um direcionamento do veículo ou autores, quando não exageram em interpretações fantasiosas de sinais nem tão intensos ou profundos, com explicações, bordões e repetições pouco consistentes, mas recheadas de distorções e vestígios de opções ideológicas ou inverdades. Um retrato do que é o jornalismo e a imprensa brasileira (em sua grande maioria), instrumento de alienação e manutenção do status de poder historicamente perpetuado em nossa sociedade, em sua tarefa cotidiana de enganar e manipular segmentos menos esclarecidos, e servir de guia e farol para os que pensam de forma alinhada aos poderosos e os seus exércitos de submissos acéfalos, em sua maioria flertando com o extremismo e o conservadorismo de direita, segregacionista, explorador e concentrador de riquezas e poder.
Mas os números como os das eleições municipais de 2020, guardam surpresas e verdades para além de sua finalidade inicial ou aparente (de indicação de um resultado objetivo e posicionamento no ranking eleitoral, ou definição de vencedores segundo a percepção de eleitos a um cargo ou mandato). Os números podem representar também estratégias vitoriosas, indicar superação e força, sustentabilidade e viabilidade de projetos e ideias, para agora e numa perspectiva futura, com possibilidade de virada de tendências e resultados diferentes e melhores que os atuais, que podem ser traduzidos ou interpretados dos resultados, do processo eleitoral ou seu alcance, do público e regiões, das entrelinhas ou do que se antevia como possibilidades, a exemplo do descolamento de estatísticas, projeções, e pesquisas por vezes conduzidas sem respeito adequado, do que é real ou fato, para atender interesses diversos.
Mídia escancara preferência partidária mesmo diante de ameaça golpista - Rede Brasil Atual 22.04
Quando muitos veículos e pessoas apontam, situações e coisas como as presentes nos títulos abaixo, os números podem representar e significar coisas muito diferentes, não por acreditamos nisto, mas por não raramente ocorrerem eventos que se contrapõem ao que apresentam como algo mais que possibilidades, mas "suas verdades absolutas e incontestáveis":
Uma manchete como a do G1, se for levada ao pé da letra passa uma ideia distorcida demais, com o propósito de reforça uma estratégia antiga bastante relacionada a Globo, colocar o PT em evidência negativa com matérias e afirmações jornalísticas pouco sólidas, como ocorre a décadas segundo alguns, para influenciar no cenário político e social, desacreditando o partido e seus membros. Não sem propósito, manter populações e suas pautas, longe de meios decisórios e transformadores, lhes asseguram a manutenção do estado de coisas que fazem do grupo e seus aliados econômicos e políticos, privilegiados num país de desigualdades e injustiças.
Controvérsias envolvendo a Rede Globo - Wikipédia
Movimento sindical e sociedade - Blog do José Dilson
O primeiro ponto questionável a derrota petista, quando o PT elegeu 179 prefeitos, participa do segundo turno como a maior incidência de candidatos a disputar o pleito, das 57 cidades com novas votações, o PT está disputando em 15, inclusive com dois candidatos disputando em capitais de forma competitiva e mobilizando forças sociais e populações em Recife PE com Marília Arraes, uma renovação expressiva no PT, e em Vitória ES com João Coser, um voto na experiência e na atuação social efetiva (prefeito pelo PT em dois outros mandatos). São vitórias relevantes e trajetórias que não podem ser desprezadas como ocorre por meios midiáticos conservadores, o PT está presente e competitivo mesmo retomando a estratégia de restringir coligações a seu campo ideológico e similares, a partir de candidaturas próprias e com recursos e condições bem menores que em outros momentos.
Ainda se sobressaem os resultados nas câmaras municipais, algo importante, o PT elegeu 2.552 vereadores em todo o Brasil, foi o segundo maior em número de vereadores eleitos nas capitais, 50 vereadores, o que simboliza força e representatividade nas comunidades e cidades, de forma sustentável e de maior significado se comparado com resultados de partidos alinhados com os governos, detentores de poder e recursos enquanto surfam nos mares de dinheiro público a sua disposição, que agora alavancaram seus resultados mas não criam fidelidade em eleitores, ao contrário do que ocorre com progressistas e partidos de esquerda. Vitórias como as de Eduardo Suplicy em SP com mais de 167 mil votos (o vereador mais votado no país), comprovam a simpatia constante do eleitor de esquerda, o fato de no Rio de Janeiro o Partido dos Trabalhadores ter dobrado a bancada, não se pode ignorar, sinaliza a possibilidade de renovações na sigla e mais inclusão social em seus quadros, e algo que indica possibilidades maiores, se tivessem superado alguns obstáculos internos o partido teria um resultado ainda maior certamente, mas já aponta para caminhos futuros e alternativas viáveis.
Como dissemos a verdade das urnas desmentem publicações e mídias, foram quase 7 milhões de votos para petistas em todo o país, crescimento de cerca de 2,6% em relação aos votos de 2016 dados a candidatos do PT, não dá para associar tais números a uma derrota, muito menos se considerarmos que em muitas das cidades, os vereadores eleitos pelo PT foram os mais votados nas eleições, como em São Paulo. Fatos reais!
Para além do desempenho do PT, de Eduardo Suplicy em São Paulo ou mesmo de Marília Arraes em Pernambuco e Liane Cisne (eleita vereadora em Recife), ou Maria Mariguella do PT de Salvador (neta do inesquecível Carlos Mariguella), Carol Dartora de Curitiba, um voto de qualidade, feminino, inclusivo, com cor e bandeiras, está na mensagem vinda das urnas em 2020, também presente em outras regiões e outras siglas como o PSOL, no Rio com o Tarcísio vereador mais votado, ou Guilerme Boulos em São Paulo (disputando a prefeitura), Dani Portela em Recife (vereadora mais votada) e no PCdoB com Manuela D'Ávila em Porto Alegre, são sinais de força na esquerda e de tendências de um futuro de reconstrução, mais do que de protagonismo de A ou B.
Resultados como os do PP, Republicanos ou DEM, dispondo do prestígio e das ferramentas do Governo Federal, este último com a presidência da Câmara e do Senado, e num ambiente sob efeito dos ventos de direitas que sopraram desde 2018, não são tão surpreendente, mas a sua continuidade ensejam muitos se's...
Institutos de pesquisa novamente erram sobre resultados em Guarulhos - Guarulhos Hoje 16.11
No que se referem as pesquisas e as informações eleitorais, é tradição assistir o bombardeio de números patrocinados por redes e meios de comunicações, baseados em horizontes e números nem sempre compreensíveis e conflitantes com a realidade nas ruas, muitas vezes apontadas como tendenciosas, manipuladas, no mínimo na forma como as projeções são apresentadas, como se fossem apresentadas pelo candidato apontado como preferido, ou fizessem eco com a campanha de um partido que goza da simpatia do veículo de comunicação. Recife viu um pouco disso também nesta eleição municipal, e alguns veículos nem se resguardam de suas ações (aparentemente alinhadas a interesses de poderosos), ao encomendarem e divulgarem pesquisas, que resultam em cenários propícios a influenciar eleitores, e muito dissociados do que pode ser auferido nas localidades, até por constatações diretas em entrevistas ou reportagens, sentindo opiniões e ambientes com cautela e rigor.
É importante estarmos mais informados e atentos as entrelinhas do que nos transmitem, para assim evitarmos as manipulações que ocorrem frequentemente, nossa publicação, nosso raciocínio e linhas de pensamento podem ser encarados como parte deste caldo comum (onde muitos submergem sem diferenças), ainda que com uma visão peculiar e específica (ou tendência), mas esta é na verdade um alerta, uma forma de contraponto que julgamos oportuno e necessário, num universo de publicações tão pouco imparcial e relativamente repetitivo, sejam nos temas ou na forma de abordá-los, bem tendenciosos, ou mesmo quanto aos propósitos explícitos e ocultos, divergentes da ética e dos princípios jornalísticos.