Foto: Sergio Lima/AFP - reproduzido da Carta Capital |
Nem assumiu ainda, Lula já se depara com movimentos e jogadas orquestradas por alguns grupos, os objetivos são claros e nada louváveis, assumirem o controle do Estado e das instituições para paralisar Lula e seu governo, mantendo privilégios e poderes por meio da negação de espaços, e ao anular o protagonismo social que poderiam resultar em mudanças concretas, em inclusão social, e melhorias dos indicadores sociais, por meio de recursos e ferramentas institucionais e públicas, como almeja e prometeu Lula fazer em seu projeto de governo.
Ataques de bolsonaristas - reprodução sítio da Fórum |
VÍDEO: Caminhoneiro é capturado, agredido e amarrado após furar bloqueio golpista em RO - DCM 20.11
Com este intuito estão em cursos várias ações conflituosas, programadas e pensadas a partir de interesses de cada grupo, segmento ou estabelecimento, dentro dos conjuntos de atores e forças econômicas, sociais e políticas, envolvidas no processo de resistência a mudanças no poder. Grupos que não estão necessariamente articulados e mutuamente colaborativos, mas organizados e com projetos próprios, alguns até bem conhecidos por parcela significativa da sociedade e suas estruturas, às vezes também ocultos ou dissimulados como no caso dos militares e suas corporações (clube de oficiais, etc), diferentemente de partidos e grupos políticos como os conhecidos como Centrão, ou os ideológicos, políticos, sociais, como os bolsonaristas (nos referimos aos grupos militantes de direita, para além de instituições que os apoiam ou financiam, e que encabeçam ações ilegais). Além destes há os representativos de dois setores econômicos que lucram muito a partir das mazelas, subsídios e desvios de recursos públicos que deveriam ser destinados ao amparo social e atendimento de direitos básicos da população brasileira menos assistidas, mas que são revertidos a importantes jogadores destes ditos segmentos, com grandes volumes de recursos usados para fins de apoio ou benefício direto a estes e seus interesses, que são conhecido como "mercado" e "agronegócio", sejam por subsídios e isenções, ou por elevadas taxas de juros como remuneração a investimentos, muitos dos quais especulativos.
Augusto Nardes se licencia do TCU após vazamento de áudio - Correio Brasiliense 21.11
Flertando com o golpismo! Foco BRASIL 14.11
A questão dos militares, é urgente e há instrumentos legais que permitem coibir suas pretensões golpistas, mas exigem atuação conjunta de outras instituições TSE e outros entes do Judiciário, uma posição firme das lideranças do Congresso (a despeito de parcela deste ser pró golpistas, o que é um problema), e manifestações de total apoio a Constituição para preservar o direito de posse e governabilidade do presidente eleito, Lula, aliadas a posicionamentos firmes da comunidade internacional, dos movimentos sociais e de classes no Brasil, preparando segmentos da população para também se manifestarem em breve em prol do respeito aos resultados das eleições e da democracia brasileira.
Mourão sobre Lula: 'Nunca meteu os pés pelas mãos com as Forças Armadas' - Correio Brasilense 17.11
Vale mencionarmos alguns segmentos da imprensa usadas por estes grupos, que são os principais focos de resistência ao projeto recém eleito e encabeçado por Lula, e são principalmente representados pelos bolsomínios ensandecidos e estimulados, pelos políticos partidários de extrema direita e fisiologistas como os do Centrão, ou os militares e suas estruturas de influência e poder (especialmente na cúpula dos comandos), e parcela significativa do que se conhece como agronegócio, cada qual destes com suas motivações e interesses pouco legítimos. Não que estejamos desconsiderando outras resistências e outros segmentos, mas é nítida a inconformidade e tentativas de mudar por meios até violentos os resultados das urnas, de forma antidemocrática, até criminosa e intensa, as ações dos grupos citados, uns de forma mais sofisticadas e dissimuladas como as do mercado, ao tentar impedir e por limites ao Governo Lula, antes mesmo de sua posse, e por meio do controle financeiro muito restrito e intensamente regulado ou limitado, desprezando os efeito sociais perversos de tais práticas.
--------------------------------------------
A guerra dos mercados contra os brasileiros
A quem interessa a austeridade fiscal?... - Carta Capital 19.11
O mercado como se conhece, tem em suas definições uma das faces mais perversas do capital, a dos especuladores, associados e até parecidos com seus primos próximos, os rentistas, e os agiotas do sistema financeiro e do mercado de capitais e dos grandes clubes e fundos de investimentos, focados em enormes lucros de curto prazos, interessados diretos no uso dos recursos públicos em favor de si mesmos, ainda que ao preço e as custas de muita destruição, de milhões de desempregados, milhões de miseráveis com fome e sem assistência social, sem saúde, educação, moradia e saneamento, ou sem segurança pública. Para o mercado e seus perversos agentes, a prioridade são seus lucros bilionários, gigantescos e imediatos, independente de quantos morram de fome e na miséria, como ocorreu com os lucros dos bancos e acionistas de empresas públicas durante a pandemia de Covid19, e nem pensam que resgatar milhões de tais condições, é garantir sustentabilidade e desenvolvimento para um futuro não tão distante, o que seria bom também para o tal mercado, mas principalmente para o Brasil, o que lhes guiam é o poder e os lucros já, sob seu controle absoluto.
Lula está certo, não podemos assistir morte e a miséria de brasileiros, por conta de interesses imediatos e do egoísmo de alguns barões do mercado, que agem aliados a políticos e governantes corruptos. O Estado deve realizar investimentos que se revertam em crescimento e inclusão social já. Confrontar estes que tentam destruir a democracia e se apropriar do poder, é um desafio urgente, o enfrentamento deve se dar desde já e seguir especialmente como prioridades de Lula, mesmo que buscando a pacificação do Brasil (em termos de sociedade), tais exemplos de golpismos precisam receber um tratamento duro e segundo a Lei, para que sejam realmente neutralizados e a pacificação social possa ocorrer sem suas interferências negativas e destrutivas.
--------------------------------------------
O que querem manter estes grupos, e como?
São muitas os objetos de interesses dos mencionados grupos, assim como os meios e formas que usam para manterem, ou tentar manterem a qualquer custo, o controle do Estado, o poder e a possibilidade de como direcionar os recursos públicos, e a despeito de interesses maiores da sociedade, do povo brasileiro, e se preciso com a total imobilização do futuro Governo Lula, por meios diversos, desde a pressão e os protestos com desordem nas ruas, a chantagens institucionais por forças ou poderes de Estado usados indevidamente ou de forma adversa e criminosa, sejam estes as Forças Armadas, ou outras instituições (TCU, PRF só para exemplificar), assim como por uso de instrumentos legais associados a decisões influenciadas negativamente no Congresso pelos grupos citados e representantes destes interesses.
Poderíamos citar inúmeros exemplos de interesses dos grupos que resistem as mudanças propostas por Lula, também poderíamos citar muitos de seus expedientes, mas vamos nos ater aos que pensamos ser destaques, ou mais importantes para caracterizar suas ações, especialmente as mais recentes e intensas.
Os "patriotas bolsomínios" querem manter o status do governo que finda "sob o comando de Bolsonaro", com todas as distorções de prioridades, que favorecem segmentos sociais "elitizados" em detrimento dos mais pobres, promovem destruição ambiental e crimes por lucros e explorações irregulares de recursos naturais, favorecem o segmento armamentistas, e deixam ricos mais ricos que que já são, com a miséria atingindo a maior parcela da população de uma forma direta ou indireta, e que se daria com a permanência do projeto bolsonarista, mesmo que nos custe a estabilidade democrática e a mutilação das instituições e da nossa Constituição. Claro não é só isso e de forma tão sintética, mas dá uma boa ideia das razões para as violências praticadas pelos tais bolsomínios.
É de interesse dos militares tornar o Governo Lula, intimidado e de alguma forma refém das forças, como se desta forma pudessem instituir sua própria agenda, que sob o Governo Bolsonaro lhes foram extremamente favoráveis, com milhares de cargo no governo, e militares interferindo em políticas com oficiais em cargos importantes na estrutura do Executivo, mesmo com prejuízos e ameaças ao sistema democrático e a instituições como nos ataques ao STF, com uso da imagem das FFAA, ou do Exército, para este fim e com estímulo do próprio Presidente Bolsonaro, que por meio dos militares também fez uma enorme bagunça na gestão da crise da Covid19, e seus quase 700 mil mortos, sem falar nas compras "ilícitas" (Cloroquina, Viagra, picanha, cervejas, bonecos Rambo, etc), envolvendo militares e nas áreas internas aos quartéis, mostrando desvios e privilégios entre militares, que precisam ser combatidos e controlados sem multiplicação de indiciplinas e desvios.
Militares da ativa atacam Lula, Alckmin e STF nas redes - Brasil247 22.11
Governo Lula não precisa temer militares, diz general Santos Cruz - BBC 22.11
Foto reprodução do sítio Brasiil247 - Militares brasileiros |
Segmentos do agronegócio, pouco sustentável (pela forma de uso da terra e pela destruição ambiental que alguns promovem) e voltado em muitos casos a exportação, tentam bloquear qualquer medida de regulação de estoques para consumo interno, querem inibir possíveis taxações sobre as exportações e bloquear mediadas de proteção ambiental ou de regulação e distribuição de terras a comunidades quilombolas, indígenas e a populações campesinas, como se não existissem compromissos sociais e ambientais a serem implementados para o bem do Brasil. São destrutivos e egoístas e lutam para manter o Brasil como pária mundial, sem responsabilidades com o planeta e a vida, apenas por lucros enormes para si mesmos e retenção de grandes áreas de terras pouco produtivas, eventualmente usadas de forma especulativa. Estes chegam a patrocinar grupos armados e conflitos, ameaças a religiosos, ou a lideranças e camponeses, assim como financiam bloqueios que hoje ainda são vistos em várias localidades do Brasil.
Moraes manda bloquear contas de suspeitos de financiar atos... - Poder360 17.11
O que se sucedeu diante das falas de um suposto apoiadores de golpes, ministro do TCU Augusto Nardes, não é desprezível e merece ações institucionais urgentes, pois ele não tem condição de permanecer no cargo, após o áudio público incentivando levantes ("confronto decisivo", mediante conflito social violento) e com apoio dos ruralistas e militares, e políticos bolsonaristas, é grave e mostram que nossa análise sobre quem participa e patrocina o golpismo, que tem sido realizada e divulgada já faz tempo e inclusive nas redes sociais, é muito oportuna e pertinente, reforça que deve-se evitar provocações e exigir punições pelas instituições, para coibir golpistas e a violência que praticam e se tornam mais graves e arriscadas para o Brasil.
Tribunais de Contas repudiam áudio de ministro do TCU... - Poder360 21.11
PT apresenta notícia-crime contra ministro do TCU Augusto Nardes... - UOL 22.11
Com interesses em manter o poder e controle sobre o uso do orçamento federal, políticos de direita e do Centrão impõem sua capacidade de formar maiorias, ou impedir a aprovação de projetos contrários as suas agendas, que passa pelo comando da Câmara e ou do Senado, e a manutenção das vergonhosas políticas de trocas e vendas de apoios, a exemplo do tal Orçamento Secreto, com milhões destinados sabe-se lá a quem e ao que, retirando recursos essenciais das áreas sociais, apesar de ser provavelmente inconstitucional e muito injustificável. Estabelecer limites ao Governo Lula é a estratégia para forçar a barganha indecente com o Legislativo, as recentes manifestações do Presidente da Câmara Arthur Lira e de Ricardo Barros deputado do PL, são exemplos deste jogo difícil e ruim para o país. O povo é quem fica em segundo plano neste jogo!
Ricardo Barros: “O centro não vai entregar tudo o que Lula quer” - Gazeta do Povo 13.11
Deputado Ricardo Barros, Presidente Jair Bolsonaro, Ministro Ciro Nogueira, e Deputado Arthur Lira (foto reprodução das redes sociais) |
E o mercado, não é menos indecente e perverso. Na crise de desconfiança criada artificialmente e no mau humor de "investidores", especuladores, reside o desejo de determinar fontes de ampliação dos lucros com operações financeiras e mercados de capitais, sendo beneficiados e remunerados com altas taxas de juros, ou em operações que drenam recursos públicos para a ciranda financeira e especulação, a prejuízo da sociedade e sem responsabilidade social, e o fazem com pressões sobre o Congresso e a população, engessando o governo e obstruindo medidas, e por agendas e legislações restritivas, fundamentadas em polêmicas e falsas alegações, a partir do conceito de responsabilidade fiscal. Lula nem assumiu e já querem impor suas agendas!
Mesmo com Pix, bancos lucram R$ 132 bilhões em 2021, 49% a mais que em 2020 ... Economia UOL
Nas suas agendas vem o conceito de que qualquer ação social de socorro ou assistência as populações mais vulneráveis, estão condicionadas ao teto de gastos, a tão falada responsabilidade fiscal, que nada mais é que a garantia de pagamento de juros a investidores, o deslocamento de recursos de áreas essenciais para rolagem da dívida pública sempre com altas taxas de juros, para permitir o refinanciamento por especuladores, e sem espaço para uso de recursos como investimentos, ainda que urgentes e indispensáveis para romper este ciclo de limitações, como dissemos ignorando que tais investimentos na sociedade e no bem estar da população, volta para nossa economia através de impostos, do desenvolvimento e aumento do PIB. Felizmente há quem defenda formas de permitir os investimentos que pretende fazer o Lula, mesmo a contra gosto do mercado. O presidente deve acima de tudo honrar seus compromissos, e garantir o bem estar social aos brasileiros.
Instituto Capitalismo Consciente Brasil endereça carta ao governo Lula - Época Negócios 22.11