Por ocasião dos conflitos recentes na Ásia e na África, há um forte sentimento de que é evidente e cada vez mais clara a percepção de fraqueza ou impotência da ONU e seus organismos, no âmbito da comunidade internacional, e que em alguns momentos há também uma tendência de tais organismos a submissão aos interesses de potências e grupos de países de status diferenciado (entenda-se como tal, países que apesar de não serem considerados potências militares e/ou econômicas, estão presentes nos círculos do poder internacional).
Há muito que vez por outra, este ou àquele líder ou representante de uma nação, povo ou cultura, terce comentários de cunho acusatório quanto a políticas e ações patrocinadas no âmbito da ONU, ou mesmo sobre a falta de ação de suas instâncias. Em alguns momentos tais acusações refletem apenas interesses feridos, ou demonstrações desesperados de pessoas que perderam credibilidade ou poder nas esferas mundiais, mas há sim muita denúncia e queixas pertinentes e merecedoras de crédito.
Claro, enquanto organização humana a entidade está sujeita a falhas, mas algumas das "falhas e omissões" não podem ser ignoradas, ou tratadas como parte indesejável mas tolerável diante do contexto maior da entidade. Na verdade há situações urgentes e contundentes, que apontam para a possibilidade de grande descrédito da ONU e seus organismos, em especial quanto a parcialidade de condução de políticas e ao que se apresenta como uma apropriação da entidade por parte de alguns protagonistas mundiais, algo como ter a instituição ratificando e atuando em prol de seus interesses específicos, em detrimento dos interesses dos povos e conjuntos de nações do planeta.
Vejamos alguns aspectos e acontecimentos que reforçam tal percepção, em dadas circunstâncias não são tão somente questões relativas a política ou soberania dos povos que são questionadas, mas há inúmeras proposições de caráter ideológico, social, cultural, religioso, etc, que são conduzidas na esfera das entidades vinculadas a ONU, de forma parcial ou comprometida:
- No que se refere a políticas de proteção à vida, há contradições profundas entre propostas apresentadas na ONU, defendida por técnicos e minorias organizadas com espaço privilegiados no organismo, que exercem pressão no sentido de promover mudanças em políticas internacionais de proteção à vida, com abertura para ações em prol do aborto e sua legalização, forçando nações e povos, notadamente resistentes e contrários a se enquadrarem por meio de orientações e leis internacionais que tentam implementar.
Conforme evidencia farto material de informação;
Vaticano critica ONU por interferir em ensinamentos morais da Igreja. O Globo 05.02.2014
A ONU promove o aborto no mundo - Canção Nova 08.10.2008
ONU: CDH tenta criar direito de aborto - Midia sem mascara 06.10.2012
Difícil é entender em que contexto o Comitê das Nações Unidas sobre Direitos da Criança, entidade destinada à proteção da criança e do adolescente e por políticas mundiais que visem minimizar as graves agressões a infância, sugere e cobra do Vaticano, que muito mais que um estado membro da ONU é o responsável pelo direcionamento espiritual de milhões em diversas nações (na ordem de bilhões de cristãos), e aqui para nós, não tem a menor obrigação de ceder à políticas abortivas ou de patrocínio de ações que geram insegurança, morte, ou desrespeito ao direito a vida não só de crianças mas também de jovens e adultos. Justamente um órgão deveria resguardar um dos princípios fundamentais dos direitos humanos e da criança, é hoje uma das vozes associadas a tendências "liberalizantes" que não contemplam a proteção da vida.
Relatório da ONU é distorcido e negativo, diz Dom Tomasi - CancaoNova 05.02.2014
"Dom Tomasi afirma que a posição do Comitê se mostra contraditória às exigências da Convenção Internacional dos direitos das Crianças, no que diz respeito à tutela da vida. Segundo o arcebispo, são pontos inegociáveis em relação ao que a Igreja pensa sobre o direito à vida."
Não é só o Vaticano que tem tal percepção, e declarações como as que afirmam Dom Tomasi (na reportagem publicada na Canção Nova) estão cada vez mais comuns, em relação a todos os temas afeto a entidade, vejamos algumas que tratam da interferência ou completa falta de atenção de organismos ligados a ONU com questões relevantes.
O aborto como estratégia de controle social - Midia sem mascara - 25.03.2013
ONU, governo mundial e Verissimo: todos a serviço do antiamericanismo - Veja 08.09.2013
Documentário acusa 'incompetência e corrupção' na ONU - Veja 01.06.2012
Palestinos cercam carro de secretário-geral da ONU na Faixa de Gaza - Wordpress 02.02.2012
Lula critica falta de ação da ONU no Oriente Médio. O Globo 18.03.2010
Corrupçao: os bastidores da relaçao entre a ONU e o Haiti - Estadão 31.01.2010
ONU rejeita acusações de corrupção no Congo - BBC 24.04.2008
Kofi Annan acusado de corrupção no programa "Petróleo por Alimentos" - JN PT 29.03.2005
Foto: Fabrice Coffrini / AFP |
Ativistas criticam ONU por incluir empresas em novo plano - Diario do Grande ABC
Kofi Annan acusado de omissão em massacre - DPNET 05.05.1998
Além de toda questionamento sobre as falhas e falta de efetividade da ONU, há uma clara visão que desde a ascensão de Ban Ki Moon a entidade sofre ainda mais com a falta de autoridade do representante, e a sistemática adesão aos interesses prioritários de grandes potências ocidentais, que não demonstram devido respeito aos termos propostos na Carta das Nações Unidas, em especial no tocante ao respeito a soberania das nações e independência dos povos, agindo à margem dos princípios presentes na Carta, ou submetendo grupos étnicos e muitas regiões do globo a toda sorte de ações degradantes da dignidade humana ou mesmo promovendo mortes e violências inconcebíveis, com total omissão e silêncio dos dirigentes de organismos.
Maduro acusa Ki-moon de promover a guerra - Jornal de Angola 18.09.2013
Tóquio acusa Ban Ki-moon de não ter compreendido posição do Japão - AFP 27.08.2013
Israel acusa Ban Ki-moon de 'sabotar' esforços contra programa nuclear iraniano - BBC 30.08.2012
Renúncia de Kofi Annan vira símbolo do fracasso na Síria - Zero Hora 02.08.2012
ONG acusa Ban Ki-moon de ser complacente com desrespeito da China - IG 25.01.2011
Annan acusado de não ter assegurado isenção no programa "Petróleo por Alimentos" - Publico PT 29.03.2005
Não custa muito entender uma grande distorção entre propostas emanadas na ONU e ações efetivas, inclusive com ausência de imparcialidade ideológica, política e de orientação, algo que devemos concordar com as afirmações do representante do Vaticano na ONU, dado os exemplos relatados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário