Como que dotados de uma sabedoria extrema, alguns dos ministros e ex-ministros do STF vem a público por panos mornos numa situação conturbada e que beira o descontrole, se continuar nos rumos atuais. Acreditam eles que sua palavra, ainda que com todas as ressalvas a gravidade do momento, é suficiente para ocultar ou fazer compreender de outra forma o que já está evidente.
Imagem reproduzida do UOL |
Mesmo o mais simplório dos brasileiros já percebeu o que pretendem alguns políticos envolvidos em esquemas de corrupção, que agora se aliam a outros, como nos recentes movimentos entre o PMDB de Temer, Renan e Cunha e o PSDB de Serra, Aécio e FHC. Eles também maculados nas recentes denúncias que envolvem a famigerada Lista da Odebrecht, mas em outras denúncias inclusive relacionadas a Lava Jato, que infelizmente no caso destes não sai do lugar e não lhes ameaçam. Ficou nítida a tentativa de com a união deste grupo de denunciados (alguns ainda não oficialmente), que uso de cargos políticos na Câmara e no Senado, serviram a dois propósitos, um dos quais abafar a investigação sobre si ou mesma interrompe-las, e o outro chegar ao poder que lhes asseguraria ainda mais proteção por meio da derrubada da presidente Dilma, com alegações forjadas ou que não se sustentam e não seria em outra situação, assim como não o foi para Itamar ou FHC, suficientes para lhes privar do cargo obtido com o voto popular.
Imagem Brasil 247 |
A estes se unem os oportunistas de sempre, que agora preocupam-se em proteger seus interesses e se conservarem numa zona de conforto, como os que engrossam as fileiras de uma ação pelo impeachment agora apoiadas por membros da OAB, que antes defendia que as mesmas razões apontadas agora não eram suficientes para privar Dilma do mandato. Nada de novo, junto com juízes e associações, junto com o aparelho policial e a mídia conservadora e golpistas, encabeçadas por Globo, Veja, Época, Folha de São Paulo e Estadão, só para citar e mesmo órgãos empresariais como FIESP, estiveram ao lado do golpe de 1964, e agora novamente.
Mas em que consiste este golpe em curso? A chamada mídia golpista põem lenha na fogueira e incita facistas de direita que são contra direitos dos trabalhadores, como os adquiridos pelas domésticas, e que em breve acham que vão reverter, com acusações sem prova contra membros do Governo, contra Dilma, Lula e o PT, e levam a uma situação de insatisfação manipulada e amplificada. Querem assim levar a impressão que é o clamor de toda sociedade, de fato há sim um clamor por mais justiça e menos corrupção, mas igualmente há uma forte resistência de parcelas mais pobres da sociedade a que isto ocorra pela derrubada de Dilma, pois entendem que na verdade é uma atentado contra um Governo que se preocupou com mais igualdade sociais e direitos das minorias, e que de longe seria o verdadeiro e único responsável pelos atos de corrupção que permeiam nossas estruturas há décadas.
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Na verdade parcelas significativas da sociedade, não só os mais pobres, mas artistas, escritores, juristas, advogados, trabalhadores, defensores das minorias e suas organizações, parte da imprensa, pessoas simples e donas de casas, educadores, e muitos outros, vêem seus direitos e conquistas ameaçados pois não é apenas a destituição de Dilma ou um ataque ao PT e a Lula, mas a leis que recentemente garantiram mais conquistas sociais, e a retomada de agendas e processos que visam atingir a Constituição e leis como a CLT, que dá garantias mínimas aos trabalhadores, por exemplo.
É golpe sim! E um golpe onde parte da justiça faz vista grossa a desmandos cometidos por promotores, policiais e delegados, juízes e outros membros que não respeitam a Lei em suas ações, privando muitos mas principalmente Dilma e Lula de suas garantias e direitos, quando não indo a atos ainda mais grave de atentado contra a Constituição, diante de um STF e de um Juduciário, que como disse Lula se acovardou.
Ao ferir a Lei em prol de um resultado e ignorando, princípios do direito, da isenção e da parcialidade, criam e alimentam um clima de acirramento de enfrentamento na sociedade, e de coação de parte do judiciário, como os incentivados por periódicos e redes de tv's que alimentam apenas um lado e informam fatos e situações que tornam alguns culpados antes de um julgamento justo.
O golpe é de interesse de políticos mas também de grupos empresariais como os ligados aos Roberto Marinho, a FIESP e Skaf, e muitos outros que se beneficiaram de regimes golpistas para concentrar renda e riquezas, em detrimento da pobreza do povo e do trabalhador, e mesmo em alguns momentos serem poupados de suas responsabilidades, como nos casos de sonegação fiscal e desvios de recursos e tantos outros como incentivos fiscais a fundo perdido, etc.
Imagem publicada no BlogTVTudo aqui reproduzida |
Ao conduzir um processo na Câmara baseado em acusações de pedaladas fiscais para depor Dilma, deputados e aliados midiáticos e de outros segmentos, ignoram que as citadas irregularidades foram em determinado momento autorizadas pelo TCU e mesmo em outros governos jamais foram motivos para deposição de governos como o de FHC, onde a insatisfação popular foi igualmente elevada.
Nas ruas há hordas de loucos que pedem até a volta do regime militar, a quem ameace juízes do STF, e quem apoie os que no STF tratem seus pares com suspeição e com menos capacidade do que um juiz de primeira instância, Nas ruas há quem ponha fogo em sede de partido ou organizações como a CUT, e se amparem na "justiça" e na hipocrisia de jornais e redes que incentivam tais atos, como forma legítima de chegar ao poder, com a omissão de autoridades ligadas aos grupos golpistas.
De forma atropelada e rápida denunciados por corrupção, e alguém que já é processado como Eduardo Cunha ainda no poder, tentam passar o impeachment goela abaixo de quem não concorda com o que está acontecendo, junto com estes distorcem ou descumprem leis que acabam tirando a legitimidade de seus atos, mas são ignorados pela Justiça e pelo STF, como se fosse algo normal e legítimo apenas para se resguardarem enquanto a nação corre riscos de ter sua Constituição desmoralizada e de sérios conflitos nas ruas.
Nas mídias sociais a reação do povo não é tão diferente das vistas ruas, esta semana em especial, circulam fotos como a que reproduzimos e foi distribuídas e divulgadas em perfis do Facebook, destacando políticos citados na Lista da Odebrecht que veio trazer mais luz aos fatos atuais, em geral entre os que se mostram contrários ao golpe.
Nos desculpem os supremos, mas é golpe sim! Golpe branco! Golpe Frio! Golpe das elites e coniventes, mas é um golpe contra a democracia, instituições, Leis e contra o povo, ainda que não tenha por enquanto envolvimento militar.
Imagem dos citados na Lista da Odebrecht divulgada publicamente no Facebook - Ocupeestelita |
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