segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Circo do poder!

Como um grande circo onde a plateia é o povo brasileiro, os centros do poder e as instituições neste páis, deixam a população com cara de bobo a assistir episódios teatrais e trágicômicos.

Hoje assistimos mais uma encenação para inglês ver, com muitos togados e "ilustres" discursando para o público, com um tom de moralidade que não se ver nas ações das instituições representadas por alguns destes eloquentes senhores.  Parecem encenar um script já bem conhecido e desacreditado.





Num passado recente tivemos notícias bem indesejáveis quanto a condução de processos, em que se esperava da justiça bem mais do que foi feito.  Estas ainda vivas na memória contradizem discursos.

(Renan Calheiros, Cármen Lúcia e Michel Temer/Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
(Janot, Renan Calheiros, Cármen Lúcia e Michel Temer/Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)



No STF tomou posse a ministra Cármen Lúcia, a nova presidenta falou da insatisfação popular, estranho é perceber o quanto a Suprema Corte contribui para isso, sem que os magistrados hajam como se espera numa nação democrática e republicana.  As palavras dela por mais corretas que sejam, carecem de ações para não serem vazias e desacreditadas como pensam e alardeiam muitos dos brasileiros, também em segmentos da mídia nacional.  Elas foram muito mais enfatizadas e abordadas num duro discurso do decano ministro Celso de Melo, que é no mínimo estranho em face das muitas intervenções tanto deste como do ministro Gilmar Mendes, que favoreceram políticos ligados a base de apoio do Temer (aliás este também já se beneficiou do suposto golpe, uma vez que não responderá pelos crimes que lhes são atribuídos em delações recentes que não avançaram na justiça, no STF e nem mesmo na PGR, mesmo antes de ser empossado na presidência).  





É conveniente lembrar que na Lava Jato e outras operações foram citados Temer, Jucá, Padilha, Renan, Eduardo Cunha do PMDB e mais uma dezena de políticos, também Aécio Neves, FHC, Serra, Anastasi e Nunes, dentre outros tantos e muitos outros de partidos de apoio do conjunto golpista.  Algo em vão pois até o momento os olhos dos procuradores e magistrados, MPF e PGR, estão voltados para alguns poucos do PT, e numa incansável luta para obter provas contra Lula e Dilma, onde vazamentos de delações e denúncias sem prova são tantas que não se conta mais, e só se comparam as inúmeras arbitrariedades e irregularidades apontadas na condução de processos e investigações.  Então é no mínimo estranho o discurso do PGR Janot no STF, já que a Lava Jato é míope, não ver outros políticos envolvidos além dos petistas e acusações de supostos  crimes, tanto de Cunha, Renan e Temer, como de Aécio Neves e parceiros, são engavetados ou seguem morosamente como se esperassem algo que venha salvá-los de uma denúncia ou processo, que não interessas aos poderosos do Brasil, aos representantes da PGR ou mesmo do STF, levar adiante.

Ex-presidente da Câmara, deputado afastado Eduardo Cunha poderá fazer sua defesa política no plenário por 25 minutos
Eduardo Cunha por Antonio Cruz/Agência Brasil - Último Segundo IG



Neste circo de horrores e hipocrisia no qual afundam as instituições e o Brasil, arrastados por políticos corruptos, magistrados omissos ou cúmplices, procuradores e parciais e interesseiros, policiais comprometidos com grupos de interesses, mídias e segmentos sociais corrompidos e atuando contra o povo, não surpreende que todos os momentos de relevância se transformem em um picadeiro circense, onde são montados espetaculos e shows que atentam contra a inteligência dos brasileiros, contra as próprias instituições e envergonham o povo e o país, em benefício dos poderosos e de uma elite que pisa a Constituição e pouco se interessa pelo futuro da nação, a não ser pelo o seu próprio futuro e interesses mesquinhos, levando o Brasil a instabilidade e sofrimentos.



Perguntamos, o que acontecerá com as delações que envolvem alguns dos políticos que citamos, e por que ainda se blinda Aécio Neves, e claro Renan e Temer?   Qual serão as ações para investigarem possíveis envolvimentos de ministros e membros do STF em esquemas apurados pela Lava Jato e outras operações em cursos, alguns inclusive já mencionados nas mídias?  Até quando vai se tolerar cenas como as que envolveram a esposa de Cunha que não era localizada para ser citada, ou o próprio Cunha que em mais uma manobra (a ausência de quórum na Câmara em 12.09.2016, com suposta ajuda do governo Temer) que indica protelação na votação pela cassação do seu mandado?  Por último e não menos importante, o que fará a PGR e o STF diante de mais uma denúncia que envolve Temer, Padilha e seu governo em manobras para obstruir e paralisar, até mesmo encerrar as apurações da Lava Jato, sem mais indiciamentos especialmente de membros que apoiam o governo Temer? O STF vai autorizar abertura de investigações pela PF (que também deixa a desejar) como o fez no caso de Dilma e Lula (quando a mesma no exercício do cargo e de suas atribuições nomeou Lula ministro, algo completamente diferente do que ouvimos no caso dos esquemas envolvendo o governo Temer)?



Já haviam as gravações e declarações de Jucá, que davam conta de manobras de Temer, Cunha, Renan, Aécio e outros para encerrar a Lava Jato, por meio de ações que culminaram com o golpe, e que teria envolvimento de ministros do STF.  Agora recém exonerado Advogado Geral da União, sai dando declarações e fazendo denuncias contra os seus aliados e chefes, inclusive Temer, reforçando que há em curso um plano para por fim a Lava Jato, e proteger os corruptos e citados nas delações que apoiam e estão no governo Temer,  São fatos sérios que merecem investigações, mas todos calam sobre isto, e nas esferas maiores do poder permanecem pessoas de índole e interesses duvidosos. 

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