O presidente Jair Bolsonaro e o agora ex-ministro Sérgio Moro, em imagem de dezembro de 2019 — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo reproduzida do G1 |
Nesta guerra de interesses que se transformou o episódio da demissão do diretor da Polícia Federal, Valeixo, revela-se todo sombrio conjunto de ilicitudes, disputas e pouco respeito a coisa pública, com poderosos tirando proveito e usando estruturas, instituições e recursos de forma gritante, abusiva e criminosa, mesmo para encobrir outros atos duvidosos e passados explosivos, como na novela Moro X Bolsonaro, um produto de resultado duvidoso e ruim para o Brasil, bem ao gosto das produções globais.
Como fica o Brasil? A mercê de desmandos e de um governo apodrecido, de elites que tiram proveitos do adoecimento e da morte de muitos brasileiros, mesmo agora em plena Covid19, com o Estado, ou as várias formas de poder e autoridade, em muitas situações agindo mal e dando maus exemplos, como no caso do novo ministro da saúde, que ao julgar pelas poucas declarações, à moda Bolsonaro, enrolação e pouco serviço, apenas assiste as mortes, diz não saber se o aumento do número de mortos pela Covid19 é uma tendência de alta (sem considerar o histórico recente da evolução da doença no Brasil), que asneira do Dr. Teich, ou é mais do mesmo, é mais um indiferente aos problemas e as dores dos brasileiros, que está no cargo para preencher espaço e servir a interesses pessoais de Bolsonaro e seus grupos de sustentação (como na quebra do isolamento e liberação da cloroquina, sem benefícios a população e agora com aval do Conselho Federal de Medicina, mediante assunção de riscos pelo paciente), em detrimento do bem ao Brasil e principalmente a sua população mais carente e desamparada, que sofre em filas para sacar R$ 600,00 que o governo desde o início da pandemia, mesmo após aprovação do Congresso, tem dificultado.
Na disputa entre Moro e Bolsonaro não há mocinhos ou heróis, ambos são jogadores de um jogo em que só perde nosso povo e nosso país, com chantagens, pactos escusos, mentiras de ambos os lados, dos que antes eram aliados e muito comprometidos com seus interesses privados e corporativos, com situações duvidosas, nebulosas, recheadas de atos nada republicanos e muitos personagens e instituições, em situações perigosas, criminosas ou ilegais, convenientemente ocultadas, disfarçadas e negadas, para bem de organizações ou grupos que mencionamos, hoje no centro do conflito, justo pelo poder, e que estão infiltradas nas estruturas de governo. Nesta disputa, já dissemos, perde o povo, perde o Brasil! Ambos não são dignos de estarem em posições de comando ou liderança do nosso país.
De fato há projetos concorrentes, igualmente nocivos e que não podem se suportar mutuamente até 2022.
Vejamos alguns fatos muito divulgados e que já eram indicadores do que há por trás dos envolvidos:
Juristas divergem sobre prevaricação de Moro e apontam crimes de Bolsonaro - Terra 24.04
Retrospesctiva, um ano muito difícil - Foco BRASIL 30.12.2019
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Moro cometeu quatro tipos de crimes ao atuar na Lava Jato, afirma juíza - RBA 19.08.2019
A verdade veio à tona, Dallagnol e Moro, conversas proibidas - Foco BRASIL 10.06.2019
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O ex-juiz e agora ex-ministro Sérgio Moro, coleciona acusações de parcialidade, manipulação e métodos de condução já denunciados, sejam por abusos e ilegalidades, sejam por acordos e favorecimentos de grupos políticos, como os do PSDB ou outros, e pessoas ou empresas, escritórios de advocacia com milhões em honorários e em acordos judiciais, delatores a exemplo do doleiro Youssef, desde os fatos ligados ao Escândalo do Banestado, como noticiam as mídias ou na sua atuação na Lava Jato, em seu relacionamento perigoso e fora dos autos com procuradores do MPF - Ministério Público Federal, interferindo nas investigações e denúncias por meio de Deltan e outros lavajatistas amigos, a partir de expedientes ilegais denunciados e confirmados em reportagens do The Intercept e outros veículos, como grampos ilegais e vazamentos de áudios, resultando também em alterações no cenário eleitoral de 2018, em quebras de segmentos econômicos e na sua participação indireta na eleição de Bolsonaro, ao que parece para ser alçado a ministro, como de fato foi, apesar de até o momento ainda não terem sidos julgados pelo STF muitos abusos denunciados e que envolvem o ex-juiz. Mas não foi só isso, ele enquanto titular do Ministério da Justiça, supostamente forneceu informações sigilosas sobre investigações em curso contra filhos de Bolsonaro, e tentou trazer para âmbito da PF as investigações sobre o assassinato de Marielle no RJ, num momento de desafeto entre Bolsonaro e o governador Witzel. Em seu pronunciamento Moro afirma que Bolsonaro tentou interferir no curso das investigações da PF, que envolviam aliados ou seus filhos, algo que parece consistente, mesmo que no passado Moro tenha negado que tenha fornecido dados sigilosos sobre investigações, ou use tal desculpa, a pressão de Bolsonaro sobre seus subordinados, para sua jogada pessoal e política, o que não minimiza os delitos do presidente ou os seus.
Marielle, Bolsonaro, a milícia e o submundo do presidente - RBA Rede Brasil Atual 14.03
Caos e baderna, um cenário real - Foco BRASIL 12.02.2020
Justiça seletiva - Foco BRASIL 08.09.2019
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Já o presidente Jair Bolsonaro, acumula desde antes da eleição situações que desabonam sua conduta, que por conveniência foram minimizadas por apoiadores ou pelas mídias, pavimentando sua eleição na esperança de terem o controle do Estado, mantendo Bolsonaro em rédia curta. Ignoraram declarações racistas, homofóbicas, seguidas de gestos e atos de incentivo a violência, em meio a denúncias graves de envolvimentos com milicianos (como o falecido capitão Adriano, morto na Bahia), outros relacionamentos com suspeitos e suas muitas fotos sociais (como com o fazendeiro Leandro Guimarães, do caso Adriano), até mesmo participação em esquemas e desvios envolvendo seus filhos, com o agravante da suposta ligação com assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco do PSOL. Para além das "perseguições" do então juiz Moro e da Lava Jato aos adversários políticos de Bolsonaro, danosas, ou campanha violenta e mentirosa, tem as ligações suspeitas que envolvem grupos de apoiadores, empresários amigos seus, seu filho Carlos Bolsonaro, empresas de mídias sociais e supostamente órgãos de estado dos EUA, na massiva divulgação de fakenews, com métodos e bases de dados e perfis de usuários colhidos e utilizados de formas semelhantes aos usados no EUA, para intervir e influenciar nas eleições e contra instituições e políticos ou partidos de seus desafetos, algo parecido com o que é gerido pelo chamado Gabinete do Ódio e estruturas paralelas em funcionamento, segundo a deputada Joice e outros do PSL, funcionando até no Palácio do Planalto e em gabinetes do Congresso, parte do objeto de investigação determinada pelo ministro Alexandre Moraes do STF, que segundo Moro, fato que Bolsonaro queria intervir. Como resposta as acusações, Bolsonaro fez um pronunciamento acompanhado de ministros, algo sem noção e surreal, onde além das desculpas desconexas e numa fala onde não se compreende o começo ou o fim, nem a relação dos fatos narrados pelo presidente com as acusações de Moro, o que sobrou foi a palavra do presidente, que afirmou ter recebido informações sigilosas, e solicitou que a PF colhesse um depoimento em que envolvia o miliciano pai da namorada do seu filho 04 (como afirma Bolsonaro), investigado no caso Marielle, numa atitude normal para o governante como se isso fosse algo natural. Depois o presidente faz ataques, com acusações de que Moro o chantageou por uma indicação a vaga no STF em novembro, ratificando de alguma forma, a existência de "acordos estranhos" entre eles, pactos de interesses pessoais entre ele e o ex-juiz Moro, onde este último chegou a assumir em seu pronunciamento, que quando assumiu o ministério no governo, condicionou sua posse a concessão de um benefício financeiro a família (uma espécie de garantia), dito por juristas e presidente da OAB, como sendo algo ilegal.
Não são nada boas as ações do presidente, a exemplo de sua postura conflituosa e personalista, que ignora vidas como no combate a Covid19, mas só estão ocorrendo tais fatos negativos do governo, graças ao apoio e as ações de outros que estão ou estiveram no governo, como Moro, durante muito tempo e que depois pelo projeto bolsonarista, de uma forma ou outra, são elevados a condição de inimigos número 1, que se multiplicam, como Bebianno, Mandetta, Santos Cruz, etc. Quando não são outros dos demais poderes e representações sociais, deputado Rodrigo Maia, um dos mais recentes.
Não são nada boas as ações do presidente, a exemplo de sua postura conflituosa e personalista, que ignora vidas como no combate a Covid19, mas só estão ocorrendo tais fatos negativos do governo, graças ao apoio e as ações de outros que estão ou estiveram no governo, como Moro, durante muito tempo e que depois pelo projeto bolsonarista, de uma forma ou outra, são elevados a condição de inimigos número 1, que se multiplicam, como Bebianno, Mandetta, Santos Cruz, etc. Quando não são outros dos demais poderes e representações sociais, deputado Rodrigo Maia, um dos mais recentes.
Para o Brasil, resta a possibilidade de por algum tempo, afastar riscos maiores a democracia e ao bem estar da população, dando chance a sociedade de trilhar um caminho de recuperação após a pandemia e a considerável ação desastrosa e destrutiva, do presidente Bolsonaro e seu governo, com seus inúmeros ex-colaboradores e aliados, muitos que depois de traídos, saem apontando crimes e erros que não podem continuar a serem ignorados, de forma que esperamos providências concretas, após graves denuncias e finalmente a manifestação do PGR Aras, solicitando investigações sobre o que denunciou Moro, para que sejam colhidas provas e Bolsonaro formalmente investigado, determinando o STF após relatório, que seu afastamento do cargo por 180 dias seja examinado pela Câmara, enquanto segue o processo até que possa ser concluído o impeachment, finalmente julgado e afastado definitivamente da presidência, é o que se espera, pois temos instituições que devem funcionar e proteger os interesses do povo e da nação, não os de alguns poucos poderosos.