Nenhuma guerra é algo bom, mortes de inocentes muito menos, sempre há o que chorar e lamentar, não será diferente no conflito que eclodiu na Ucrânia, bem antes de 24/02/2022 e de forma diferente do que as mídias ocidentais costumam dizer. Infelizmente é uma dura verdade que está em meio a muitas mentiras de lado à lado, e em narrativas que se arrastam por meses e anos, muito além da simplória percepção de bandidos e mocinhos, ou certos e errados, num jogo de poder cruel e arriscado que envolvem os grandes played's internacionais e seus interesses, parte dos quais nem sempre legítimos.
Qual o interesse dos EUA na fronteira entre Rússia e Ucrânia? - Brasil de Fato 03.02.2022
Otan, Ucrânia e Rússia: entenda o que motivou o conflito no leste europeu - CB 27.02.2022
Torre de TV na Ucrânia atingida por míssil - Imagem reproduzida BBC |
Notícias frequentes dão conta de ataques russos e fuga de ucranianos para fronteiras vizinhas, especialmente na Romênia e Polônia (aliadas a OTAN e EUA), onde há contingentes de tropas e equipamentos americanos.
Guerra: YouTube anuncia bloqueio dos canais russos RT e Sputnik em toda Europa - O Tempo 01.03
Eventual vitória da Ucrânia com apoio da Otan elevaria risco nuclear, diz especialista - BBC 02.03
Mas em meio a este quadro de desinformação patrocinada também por grandes veículos de imprensa, longe de ser agradável, as próprias informações mostram disparos direcionados a alvos militares pelos russos (que ratificam parte das alegações russas), numa guerra onde há sim vítimas civis, mas considerando-se o tamanho da ofensiva e os atores no campo de batalha (a o Ucrânia o 3º maior exército da Europa, a Rússia o maior e mais moderno exército do continente), está longe de ser um objetivo dos russos atingir civis diretamente, que além de alvejar alvos militares e de governo, pedi a população de Kiev para ficar distante de estruturas de segurança, governo e militares (deixando a manipulação midiática ocidental mais evidente e chocante, considerando ainda a instrumentalização e censura a quem se opõem), mesmo que não seja justificativa a guerra e fatos em curso na Ucrânia.
Quarto dia da operação russa de desmilitarização da Ucrânia - Sputnik Brasil 28.02.2022
Vale lembrar que as falas das principais autoridades e políticos, sejam na Ucrânia em Kiev, na Europa e nos EUA, ou em organismos como a ONU, são bem ao compasso da fala presentes em roteiros de cinemas, ensaiadas e pré-definidas, carregadas de hipocrisia e mentiras, especialmente relativamente a "agressão russa" e o papel da OTAN (aliança militar ocidental que remonta a guerra fria e o fim da 2ª guerra, e ainda hoje subsiste apesar do fim oficial de seus opositores, no Pacto de Varsóvia), com suas armas e avanços sobre fronteiras e continentes por todo mundo, além de uma frente de conflito midiático importante para interesses próprios e reforço de suas posições e objetivos, algo que também ocorre entre os russos.
Toda guerra é condenável, mas as razões pelas quais elas surgem devem ser bem avaliadas e tratadas, caso contrário elas se repetem, como na 1ª Guerra Mundial e na 2ª Guerra Mundial, quando alemães humilhados e ignorados pelas outras grandes nações da Europa, foram seduzidos e arrastados a uma aventura nacionalista cruel e devastadora para todas as partes, que descambou na 2ª Guerra.
Rússia adverte Otan sobre entrada da Ucrânia na aliança transatlântica - CNN Brasil 21.10.2021
Ucrânia e Rússia: o temor de uma guerra que ronda a Europa - EM 24.01.2022
China questiona Otan, acena à Rússia e inquieta Europa e EUA. - Valor 20.02.20222 - O Globo
Informações de Lugansk e Donetsk - fonte Sputnik 17.02.2022
Essa guerra na Ucrânia foi anunciada, tem sido planejada há muito tempo, nos referimos não apenas aos russos e aos ucranianos, mas principalmente pela OTAN, seus membros significativos na Europa e pelos EUA, que ao longo de anos vem levando a Ucrânia ao enfrentamento com Moscou, com riscos concretos de levar armas, misseis e bombas nucleares às fronteiras da Rússia, por intermédio da Aliança do Norte (OTAN) e dos EUA (americanos), que após a dissolução (divisão na década de 90) da URSS (União Soviética) se aliaram aos EUA, e hoje muitas das quais contam com bases e armas americanas (a exemplo da Letônia), como visto na Polônia, Romênia e outros vizinhos. Sem esquecer que esse conjunto de fatos estão relacionados a conflitos que até o momento não teve atenção adequada, onde a Ucrânia joga misseis e bombas ocidentais sobre Donbass (com enormes populações russas de Lugansk e Donetks) também são vitimadas e ignoradas, como se os mortos lá por ucranianos fossem menos importantes, sendo parte deste problema atual e do conflito.
Sede da OTAN, em Bruxelas. Todos os países em laranja no mapa
ingressaram na organização a partir de 1997: Estônia (1), Letônia (2),
Lituânia (3), Polônia (4), República Checa (4), Eslováquia (6), Hungria
(7), Romênia (8), Eslovênia (9), Croácia (10), Montenegro (11), Albânia
(12), Macedônia do Norte (13) e Albânia (14). Reprodução do sítio Viomundo |
Por que a Rússia não quer a expansão da Otan para o leste... - Poder360 26.02
Entrevista com Putin - reproduzido do Sputnik News
Russos são acusados de invadir a Ucrânia, por outro lado dizem que estão defendendo populações russas em Donbass alvo dos ucranianos, e protegendo suas fronteiras e sua integridade enquanto povo e nação, de um avanço militar americano e da OTAN na direção do leste da Rússia (algo que é real), e como disse Putin "não foi suficiente a fragmentação da URSS em 12 partes"? Como que afirmando que os americanos desejam dividir a Rússia também. Outro aspecto é a afirmativa de Putin que as provocações da OTAN e dos EUA, avançam muito e na direção de ataques aos russos, e pergunta, "e se fossem os americanos alvo de misseis em suas fronteiras com o México ou Canadá, eles reagiram como?"
O Batalhão de Azov em
foto de 2016. As bandeiras ao fundo ostentam os símbolos da Otan, o
wolfsangel (gancho do lobo) e a insignia nazista ... Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/quem-sao-os-neonazistas-ucranianos-que-putin-diz-combater/) © 2022 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas. |
Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/quem-sao-os-neonazistas-ucranianos-que-putin-diz-combater/)
© 2022 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas.
O Batalhão de Azov, foto de 2016 - reprodução do sítio Poder360
Ucrânia: Africanos queixam-se de discriminação racial nas fronteiras - DW 26.02
Quem são os neonazistas ucranianos que Putin diz combater... - Poder360 28.02
Outro aspecto, há forte presença de simpatizantes do neonazistas na Ucrânia (que durante a invasão do exército de Hitler na 2ª Guerra, teve parte de sua população colaborando), onde milhares de russos lutaram para expulsar as tropas de Hitler, mas que prosperam forças militares de cunho extremistas, como o Batalhão de Azov entre as forças ucranianas. Há muitos manifestações duvidosas entre ucranianos, inclusive durante a fuga de refugiados para países vizinhos, onde descendentes ou africanos residentes na Ucrânia acusam as autoridades da fronteira e forças ucranianas de discriminação, proibindo ou dificultando a saída destes das áreas de risco e do território da Ucrânia (algo que vai bem na linha de perseguições e exclusões raciais, com silêncio e "apoio" internacional).
Invasão da Ucrânia: as imagens enganosas que viralizaram após operação russa - BBC 25.02
É pouco confiável as informações de que milhares de soldados russos foram mortos, ou que centenas de civis ucranianos ou número de alvos atingidos, assim como de aeronaves e veículos destruídos, a guerra de informações e a manipulação é intensa, informações das autoridades de Kiev algumas vezes não batem com as divulgadas pela ONU, e a exemplos de outras na imprensa que teriam sido mortos mais de 3 mil e depois 4,3 mil soldados russos, que dias depois outros veículos de mídias diziam ser 800, ou nas supostas ações como a ilha da cobra, onde foi criada toda uma narrativa heroica em torno de dois soldados que não se renderam para comover os ucranianos, e segundo os russos o que ocorreu no local foi a rendição de 82 ucranianos após ação das forças navais russas, sem diálogos de xingamentos ou qualquer coisa parecida, como a lenda do fantasma de Kiev um suposto herói de guerra na aviação, ou mesmo que os russos estejam sendo retardados por falta de logística, algo pouco provável, pois parece que seguem ordens precisas no tempo adequado a eles .
O que sabemos é que conforme a frase de um pensador desconhecido, "na guerra, a primeira vítima é a verdade", e agora esse ditado vale ainda mais. Um outro fato é que as informações que chegam até nós são contaminadas com alto grau de parcialidade e de propaganda pró ocidente, EUA, OTAN, por meio de agências europeias, que ignoram os fatos como são, além das inúmeras demonstrações de violências e mortes como as que neste instante, envolvem americanos e seus bombardeios libertadores como na Somália (alvo recente de bombardeios), com muitas mortes e dores, ou outros fatos recentes que também envolveram americanos e europeus, sejam na Síria, Iraque, Líbia, Iemem, e muitas outras partes no passado como na Iugoslávia, Líbano, Sudão,etc. Com milhares de mortes acumuladas por aqueles que apontam a Rússia em suas ações, mas que no caso americano e europeu, não se aplicam, pois estes são vistos e mantém a falsa imagem de "mocinhos, heróis', e não igualmente criminosos e responsáveis por destruição, caos e mortes, numa clara hipocrisia, também por figurarem como atores na construção atual da guerra na Ucrânia. É por motivos como estes que a China se precavem e aponta provocações em áreas do mar do Sul da China, onde aviões e navios americanos realizam manobras, e onde armas são entregues pelos EUA aos vizinhos da China Korea do Sul e Japão dentre eles, para que se contraponham e provoquem a China.
Por fim, esperamos que a guerra tenha fim e que as mortes não continuem, mas que a configuração de forças que vai surgir deste triste episódio, ponha freio nas intenções belicistas e territoriais de parte à parte, especialmente na gula dos americanos e parte dos europeus, que os movem a realizar ataques e criar conflitos por seus interesses em petróleo, minérios, e riquezas de muitas nações, como forma de manter seu poder "absoluto" à custas de vidas ceifadas.
Uma lição deveria termos aprendido com episódios passados como os que citamos, bombas não libertam e nem são o melhor instrumento para paz, e não há "mocinhos" nem "heróis libertadores" entre os que bombardeiam povos e populações, matando milhares e milhares de civis, mesmo que se juntem com hipocrisia para contar uma historinha legal, e atender e manter um clube fechado propício aos seus interesses destrutivos, como a OTAN tem se mostrado ser, segundo os episódios tristes protagonizados.
AFEGANISTÃO
EUA, Alemanha, Reino Unido, e outros ocidentais junto com a OTAN, participaram de ações no Afeganistão, e o saldo foi de mais de 242 mil mortos, entre população civil, insurgentes e militares de todas as partes (americanos cerca de 2,4 mil e britânicos 450 soldados), nesta guerra com potências bombardeando várias partes do país, onde só restou muita destruição após um conflito de 16 anos:
A saída dos EUA do Afeganistão é a única forma de acabar a guerra - Vermelho 10.07.2017
M, ortes e bombas dos EUA no Afeganistão - Reprodução do Vermelho.org |
Entenda a Guerra no Afeganistão - G1 Globo - 16.08.2021
Afeganistão: uma guerra que não acaba - Sputnik Brasil 26.07.2021
IRAQUE
No Iraque os americanos intervieram por dois períodos (o último de 2003 a 2011) ao longo das últimas décadas, com um saldo desastroso de mortes e destruição, um país que não consegue se reerguer e tudo por petróleo e controle do poder na região (oficialmente o objetivo era depor um ditador com armas químicas, que nunca foram encontradas), que além de milhares de mortes, destruição e mentiras, resultou em surgimento de outros conflitos com apoio dos europeus e da OTAN, sempre com o pretexto de levar liberdade por meio de bombas e misseis a quem não pediu isto.
A INVASÃO AMERICANA AO IRAQUE - Internacional da Amazônia 22.02.2021
Iraque: a guerra que espalhou violência e crises pelo mundo - BBC 09.12.2021
O bombardeio do Iraque por forças dos EUA marcou o início da guerra contra o regime de Saddam Hussein (Getty Images) Reproduzido do sítio da BBC |
Em outubro de 2003 estimou-se que nesta última invasão dos EUA ao Iraque, cerca de 15,1 mil mortos só neste período inicial, e que 4,3 mil eram civis, e ao longo dos anos seguintes este número aumentou muito (cerca de 3 mil soldados americanos morreram na guerra).
SÉRVIA
Washington quer a Bósnia na Otan, apesar das divisões internas - EM 17.12.2018
Bósnia vive ameaça separatista, alerta relatório enviado à ONU... - Poder360 02.11.2021
O conflito étnico nas regiões da antiga Iugoslávia, desencadeado com a guerra da Bósnia de 1992 a 1995 (com ataques dos sérvios), seria um primeiro momento das intervenções contra os sérvios, e foi o pretexto aos ataques e bombardeios de americanos e europeus (oficialmente com ações da OTAN), mas a preocupação destes estava em parte relacionada com as migrações que poderiam ocorrer em suas fronteiras, e com o conflito que nelas eclodiu envolvendo países recém desmembrados da antiga República Federativa da Iugoslávia. No conflito morreram mais de 200 mil pessoas (segundo o governo da Bósnia, outras fontes declaram cerca de 102 mil mortos) e o papel da OTAN foi no bombardeio e desmantelamento das forças sérvias.
Ataque da OTAN a Sérvia 1999 - Reprodução do sítio DW |
24 de março de 1999 - OTAN ataca a Iugoslávia - DW (24.03.20211)
Sérvia relembra 20º aniversário dos bombardeios da OTAN - EM 24.03.2019
Noutro patamar vem a segunda intervenção da OTAN num conflito com forças da Sérvia, desta feita na independência de Kosovo (Guerra de Kosovo), onde igualmente a aliança interveio militarmente e foi decisiva. O saldo de 11 semanas de bombardeio pela OTAN, resultou em destruição e cerca de 2.500 mortos segundo as autoridades da Sérvia. A comunidade internacional reconhece a morte de centenas de civis em Belgrado.
Intervenção militar na Iugoslávia em 1999 - Wikipédia
Disparos de armas de artilharia anti-aérea durante um bombardeio de aviões da OTAN a capital da Iugoslávia, em 1999. - fonte Wikipédia |
SÍRIA
Por que a guerra da Síria continua após 10 anos? - BBC 15.03.2021
Civis deixam a cidade de Jisreen, com prédios destruídos pela guerra, em 2017 - imagem AFP reproduzida do sítio da BBC |
Exército dos EUA considera 'legítimo' ataque que matou civis na Síria - EM 14.11.2021
A ação do ocidente na Síria também é muito questionável e similar ao que ocorreu na Líbia, muito mais para remover um desafeto político (o governante, como Bashar al-Assad na Síria) do que levar a paz, ou benefícios aos civis, tantas vezes alvejados por misseis e bombas dos seus "auto-entitulados salvadores", os "famosos mocinhos" que chegam atirando e matando, resolvendo todos os problemas da população (uma mentira recontada), cujos verdadeiros interesses e motivos são poder e recursos, riquezas que podem auferir ao fim das destruições, seja na cobrança de dívidas de guerra, seja com venda de armas e proteção, seja com a reconstrução do que eles mesmos destruíram e em contratos imorais que dilapidam os povos e os países (tem sido assim na África, Ásia, América Latina e Leste da Europa, onde intervém os EUA e os seus principais aliados, alguns antigos colonizadores europeus).
As ações dos EUA e de aliados europeus ou árabes (eventualmente), ou Israel, continuam mesmo hoje e tem um saldo muito trágico, Líbia (destruída e politicamente desorganizada), Somália e tantos outros estão ainda sobre fogo e com participação decisiva e destrutiva de algumas instituições, não só militares como na OTAN.
Lista de conflitos envolvendo os Estados Unidos - Wikipédia
A lista de guerras e conflitos envolvendo EUA e aliados é bem extensa, se considerarmos bombardeios e misseis esporádicos ela é bem maior, e número de mortos e destruição causadas, é algo absurdo, mas estranhamente estes fatos não levam as cobranças morais e internacionais efetivas, como hipocritamente exigem os políticos e governos aliados e nos EUA, em relação aos desafetos mundiais, dois pesos e duas medidas, comuns nestes dias.
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