Está em jogo os interesses eleitorais às vésperas de um importante processo, as eleições municipais de outubro, que vai definir quem comandará as principais capitais no país, e o tamanho da base política que servirá para sustentação das eleições de 2014.
Também está posta uma disputa não muito evidente, sobre o poder e o alcance de estruturas de suporte as ideias e partidos políticos, e de influência econômica, política e social, envolvendo representantes das diversas esferas do poder público (Legislativos, Judiciário e Executivo) e segmentos importantes da sociedade, como os de formação de opinião (meios de comunicação, tv's, jornais e revistas) e dos que representam os interesses de alguns grupos empresariais, econômicos e financeiros nacionais.
Para os que atacam o atual governo, seus aliados e o PT; dentre eles PSDB, DEM, setores da imprensa conservadora e antigas elites econômicas e políticas, interessa a transformação do julgamento dos envolvidos no suposto mensalão em um momento de exposição pública dos políticos, assessores e outras pessoas relacionadas, ligadas a seus desafetos, muito mais do que propriamente a punição dos que agiram na ilegalidade e a defesa dos interesses públicos.
Já para os petistas e aliados, o mensalão foi criação da oposição e de grupos midiáticos associados a outros grupos de interesse economico e políticos comuns, de cunho eleitoreiro, e que apesar de aceitar ter ocorrido algumas das irregularidades apontadas nas investigações, alegam que estas foram amplificadas e não eram institucionalizadas nem uma ação premeditada do governo Lula.
Para sustentar esta afirmação os petistas apontam o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres do DEM, e alguns outros políticos como o governador de Goiás também do PSDB, além do possível envolvimento de membros do Judiciário e de outros, inclusive repórteres e a revista Veja. Relacionando-os em ações criminosas, favorecimento, corrupção, criação de escândalos (inclusive forjados), espionagem, etc., e apontando como sendo responsabilidade destes o que seria a farsa do mensalão.
O que tem ficado muito evidente: é que há sim uma associação criminosa encabeçada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, que envolve políticos e outros nomes de renome nacional, inclusive das esferas dos poderes (federais e/ou estaduais), e que foram feitas muitas ações ilegais por parte destes criminosos para influenciar no cenário político nacional, e nas decisões de governo buscando favorecimentos ou eliminação de adversários e obstáculos aos seus projetos. Também fica claro que este grupo criminoso tinha acesso livre em algumas instituições e empresas, além de contar com simpatia e favores de grupos de comunicação nacional.
Enquanto isso não está claro se escândalos e crimes como os que são atribuídos aos envolvidos no "mensalão" e nos esquemas criminosos de Carlinhos Cachoeira, receberam a devida punição, ou se o corporativismo ou os interesses de alguns grupos em proteger criminosos vai prevalecer, há indícios de que . O que é pior, assistimos episódios que maculam instituições praticados por quem deveria zelar por elas, e torna-se uma vergonha pública a guerra de declarações e acusações, algumas das quais vazias e oportunistas.
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Justiça no Brasil
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