quinta-feira, 2 de junho de 2016

Golpe, Temer e o saco de gatos!

O governo cambaleante protagonizado pelo interino Michel Temer, sofre revezes a cada dia, mas também atropela cada vez mais os interesses do povo e do país.



Da esq. à dir.: O relator da comissão de impeachment, Antonio Anastasia (PSDB-MG), senador Raimundo Lira (PMDB-PB), e José Eduardo Cardozo, advogado da presidente afastada, Dilma Rousseff, se cumprimentam antes do início da sessão
Senador Anastasia (PSDB), Raimundo Lira (PMDB) e ex-ministro Eduardo Cardozo. - Edilson Rodrigues/Agência Senado

Como noticiam muitos veículos, a pressão exercida por empresários e industriais esta cada  vez maior, alguns dos quais segundos os grampos recentes envolvendo Jucá, Machado, Renan e Sarney, apoiadores do golpe como pode se constatar dos audios revelados e nas matérias que circulam na Internet.  Cobram a fatura pelo financiamento e apoio aos supostos golpistas, e o que querem é redução dos direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores brasileiros, que por enquanto tem sido protelados até que Temer, por meio de manobras, pactos e negociações, tenha se efetivado como presidente e afastado Dilma Roussef de vez, que hoje com sua presença é uma ameaça maior aos interesses e ações do governo interino.




Manobras recentes pressionam o Senado para antecipar e atropelar os direitos de defesa da presidenta, para evitar uma reversão do processo de impeachment, e não para a distribuição de cargos, alguns dos quais sem menor critério e mesmo após a queda de dois dos seus ministros. Temer também estaria disposto a favorecer políticos (segundo alguns da imprensa, não só com cargos), mas até com concessões públicas de rádio (uma velha forma de concentração de poder).  Junte-se a este conjunto de benefícios a políticos e aliados, o recente e imoral pacote bomba de 58 bilhões (aumento de salários, ainda sem explicação decente), num período em que Temer alega que há um rombo de 170 bilhões, algo pouco confiável diante da gastança recente, onde até ministro levou família a conferência internacional de saúde, ao invés dos técnicos que deveriam representar o país.  Mas quem se beneficiou mesmo da bondade do pacote bomba foram os magistrados com aumentos superiores a 41%, o mesmo que Dilma vetou, claro parte da justiça segundo alguns blogs, está recebendo a retribuição pela ajuda ao processo que conduziu Temer a presidência.




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Temer, Lewandowski e Renan Calheiros - blog do Esmael Morais

Também na esteira do aumento vem outros do judiciário, militares que levam uma cota menor, e claro alguns funcionários públicos que recebem uma aumento já negociado no Governo Dilma, mas entram como uma espécie de bode expiatório para desviar a atenção do pacto, que segundo palavras de Romero Jucá nos audios envolvia até vários ministros do STF,  talvez assim se compreenda porque agora que a delação do ex-diretor da OAS foi suspensa, após inocentar Lula, certamente é um obstáculo que não estava nos planos dos que conduzem de forma estranha, como noticia a imprensa ao falar da Lava Jato, a PGR e outros do STF também.  



Junte-se a isto o fato de perda de recursos soberanos do pré-sal, os prejuízos que se somam com novas pedalas da era Temer, inclusive com recursos do BNDES que agora são exigidos antes de vencimentos de prazos e contratos, ao fato de que na Petrobrás as ameaças estão iminentes, com a cessão de direitos a estrangeiros e empresas americanas como a Chevron de exploração do pré-sal. Não será só a pauta bomba aprovada e comemorada por Temer que trará prejuízos ao país e ao povo.




Breve aposentados, trabalhadores, servidores de muitos órgãos e ministérios fundidos, vão pagar a conta das reformas, trazendo insegurança e prejuízos que no futuro podem e vão afetar os interesses do povo, e que se transformam em uma bagunça, para atender políticos corruptos, empresários e sonegadores, mídias e elites, bem como segmentos corporativos do judiciário e outros que querem abocanhar uma fatia dos recursos e bens do país, um tremendo saco de gatos que parece não ter jeito de se resolver e acalmar.



Há quem espere uma reversão política, improvável sem maior pressão, e por isso ainda não estão nas ruas, achando que haverá uma repentina mudança entre muitos que embarcaram na aventura do golpe.  Mas se neste momento situações piores não se manifestam para a parcela da sociedade que será atingida duramente, talvez não se chegue até setembro para isto ocorrer, pois o governo interino está com prazo de validade contado e precisa correr muito para manter os apoios, nisto vai acontecer nova e imoral sequência de atentados contra a Constituição, e isto deverá ser o pivô que fará de fato as ruas e o país incendiar.  Não há como acreditar em uma justiça parcial e cambaleante, e um governo que tem por marca a presença de tantos corruptos, forçara o povo a reagir nas ruas como ainda não o fez, parece ser inevitável, a menos que o improvável se torne realidade num milagre de Deus, mas não o mesmo que invocam os pastores e líderes corruptos invocados pelos golpistas.


Brasil caminha para dificuldades maiores, ainda que vez ou outra um sopro de esperança surja, quando cai um ministro ou um corrupto do atual governo interino é desmascarado, mas é pouco, assim como as cortinas de fumaça no STF, que vez por outra parece lembrar das leis e da manutenção da legalidade como em poucos episódios recentes.  Há interesses em criar um clima para manter em definitivo, não o Temer, mas outros que participam do golpe à frente do poder no Brasil.



Prédio da Presidência continua ocupado
Ocupação do prédio da presidência SP - PBagora



Mas o caminho é protestar, lutar da forma correta e sincera para o bem do Brasil, alguns dos momentos de esperança são criados por meio desta luta da sociedade contra as forças golpistas. 



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Ricardo Melo EBC - Brasil247

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