sábado, 4 de agosto de 2018

A questão Pernambuco e o PT.


Foto: Nando Chiappetta/DP

 Marília Arraes - Encontro do PT 02.08 - FOTO Diário de Pernambuco
PT estadual vota a favor da candidatura de Marília Arraes ao governo. Diário de Pernambuco 02.08

Entre tapas e socos, direção estadual do PSB aprova candidatura de Lacerda ao governo - EM 04.08


Os recentes acontecimentos políticos dão a dimensão da confusão em que nos encontramos. Uma crise enorme, com potencial para piorar muito antes de algo mudar de fato e se refletir positiva e amplamente no Brasil. Onde prevalece a desorganização econômica, política, com reflexos nos poderes, nas instituições e na sociedade, que sofre e alimenta descrédito como visto hoje.
Governos, partidos, políticos, judiciário, e STF, militares, empresa e empresários, religiosos e instituições e pessoas de "prestigio", todos no mesmo turbilhão de mentiras, fisiologismo, corrupção, descrédito, e falta de dignidade, que geram um futuro incerto e ruim para além de 2018, e num cenário mundial de crise maior.

Diante de tais desafios o papel das esquerdas, do PT, de Lula e muitos outros é importante e não pode se dar segundo o modelo de pragmatismo e erros passados, graves e insustentáveis. É neste contexto e diante de mais ameaças golpistas, com o STF agindo mal, e parcialmente, para não falar de outros, PF, PGR, mídias, MEX, etc. Que os acontecimentos políticos recentes, não são um bom presságio, nem algo que ajude a restaurar a confiança e resolver problemas gigantescos. Não é bom o que temos visto!

O caso envolvendo a disputa em Pernambuco, e a aliança do PT, PSB e PCdoB, nos termos e formas ocorridos, são um grave problema.

A questão PERNAMBUCO

Contrariando diretório nacional, PT-PE mantém candidatura de Marília Arraes - JCONLINE 02.08 

O acordo  não  é necessário, o PSB hoje são grupos que vão está divididos da mesma forma atuando por interesses, como no momento de construção da chapa a presidência por Eduardo Campos, e depois Marina Silva, e posteriormente a participação do PSB no golpe, desde com o afastamento da Dilma, até as indesejáveis alianças e apoios contra interesses do povo e dos trabalhadores, Reforma Trabalhista, inclusive, não é um grupo confiável. Mesmo o PCdoB, nesse momento e com a aproximação com o PSB, "valoriza o passe" e surfa em alguns momentos nas ondas do fisiologismo, cobrando apoios como normalmente não fazia no passado, de forma ostensiva e cara, com um outro viés político. O que precisamos entender, é que as questões que exigem resolução e unidade, estão para além de 2018, e não pode ser nos moldes do fisiologismo do passado, o contrário a frente e uma possível vitória, será um fracassado poder momentâneo.

Companheiros (como diz o Lula, e a militância petista), há uma distância muito grande entre querer e fazer. O que se coloca como proposta, como exemplos, as divulgadas por Ciro Gomes (que pousa como vítima, mas cavou a situação de isolamento atual, conservada as devidas proporções), ou a pretensão do PCdoB quanto ao campo das esquerdas, são indicativos desta enorme distância entre propostas e atos factíveis, ainda mais num ambiente muito hostil, interna e externamente, com tendências a um aprofundamento maior no campo político, social, econômico e das relações internacionais. Não cabe voluntarismo e muito menos alianças como as do passado, com altos preços e perdas a sociedade, para além da política, e por claras manifestações de prepotência ou o ego insuflado em muitos.

Vemos as legendas de "esquerdas" no campo progressista e figuras históricas com passe valorizado, numa retórica  parecida com a do falecido Dudu, de isolar ou asfixiar "aliados", além de oferecer mais do que realmente eles tem a oferecer, e que agora também se faz presente na Direção  Nacional do PT, em atitudes que cabem mesmo o levante e até ações na justiça, para salvar a credibilidade do partido em PE e no Brasil, e mostrar que todos lutamos o bom combate dentro e fora do partido, com a militância, pelo povo e por um bom projeto de nação, representativo, forte e justo.
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A questão insisto em dizer, é muito além das eleições de 2018, e ganhar ou perder, mas sim quanto a está forte e consolidado um processo de mudança, com movimentos mobilizados, unidos, com boas representações, militância aguerrida,  e ao lado dos verdadeiros interesses do povo, e da maioria pobre, a ponto de quando estivermos frente ao caos antecipado, sermos a voz e a força do povo conosco, capaz de sufocar e não permitir que os campos de ações que são obstáculos ao bem, e a implantação da justiça social no país, e tidos de direita, como as elites financeiras e de comunicação, ou setores privilegiados, e os interesses internacionais, destruam mais que nossas esperanças, e nos derrotem como nação.

Por que Rússia e Turquia se livram dos títulos do Tesouro dos EUA e optam pelo ouro? SputnikNews 30.06

Rússia está trocando títulos americanos por ouro, mas onde está armazenando o metal? SputnikNews 28.07.2018

Os próximos anos estão envoltos em muitas dificuldades, ganhemos ou não as eleições majoritárias, ao ponto de muito dificilmente e de forma sofrida, termos algo que possa apaziguar conflitos ou leve a um pacto social real. Serão anos mais difíceis, onde alguns ainda vão querer impor mais interessante aos outros como hoje em movimentos golpistas, e seus status ou pensar, e será uma disputa interna  de nação, que necessita do povo e ações muito acima de um processo fraudado que inclui as eleições de 2018, onde os cenários até mesmo externo (guerras, sanções, economias em declínio, guerras comerciais, crise de energias, que já se apresentam caóticos, com Rússia, China, Ásia, vizinhança, por incógnitas, exige lideranças e força social, ícones e não postes de quem quer que seja,  algo que inspire confiança.

As quatro poderosas armas que a China tem para atacar os EUA na guerra comercial... -UOL 04.08

Erdogan manda congelar bens de secretários dos EUA - Opera Mundi 04.08
Eleger Lula é amenizar, apostar numa interação com o povo, um outro candidato será um caminho para legitimar golpistas em acordos de bastidores como às alianças com o antigo PMDB, costumeiramente capaz de fazer reféns, partidos, projetos e povo, contribuindo com a manutenção de status de séculos, sem a participação de parcela maior da população nos benefícios sociais. A direita, se ascender pelo voto, com Meireles, Marina, Alkimin, vão agravar até o insustentável em ritmos distintos, talvez aí, e só então o povo esteja com quem seja sua voz e coerente com seus anseios, como forma de resistência, clamando mudanças, já com Bolsa ( Bolsonaro, versão piorada e tupiniquim, de Trump), será precipitar e trazer o caos antes, e cremos  que quem estiver com o povo vai além deste cenário horroroso citado por muitos, que será difícil e não é para amadores no poder.

Marília Arraes: o povo não aceita mais acordo de gabinetes - Brasil247 02.08

Fortalecer a presença e laços com o povo, ter representação coerente e ativa, uma militância forte e combativa, consciente, seria o mais importante agora, para um projeto bom e sustentável por longo tempo, e não uma frágil vitória com riscos de fracasso do projeto,  e descrédito total no futuro, alongando as agonias de todos, nos movimentos de lutas, partidos e sociedade.

Os últimos anos de opressão e ações dos golpistas, não foram suficientes para que os mais jovens, principalmente, e os menos esclarecidos, que desconhecem o que são as múltiplas e recentes crises, o significado real de imperialismo, luta de classes, ou que pudessem relacionar o que é o desemprego, a falta de serviços e assistência pública, violência, abandono e mortes, com a falta de um governo popular e legítimo. Há muitos "ingênuos" e mal formados, numa cultura do superficial e "conduzidos com olhos vendados", a coisa vai piorar mais antes de mudar, é algo para o qual devemos está prontos.


Violência e miséria em toda parte. Foco BRASIL 30.08.2017

Neste contexto e como muitos afirmam, é legítima e compreensível a reação dos petistas em Pernambuco, e devem eles manter a firmeza, mantendo coerência e a candidatura de Marília Arraes a governadora, ainda que enfrentando o PT Nacional, onde parte deste e na situação vivenciada, traem os princípios do partido, suas instâncias, o verdadeiro projeto defendido pelo conjunto da militância, principalmente em PE, aliados dos movimentos sociais e também traem o povo pernambucano se manterem a decisão de retirada da candidatura militante e já vitoriosa, que tenta resgatar os valores da esquerda, e tirar Pernambuco da mão de um grupo que está com conservadores em seu governo, em suas entranhas e mantém os piores índices de pobreza, violência, desemprego e injustiças que enfrentam os pernambucanos, agora ainda crédulos na candidatura e projeto do PT e Marília Arraes.

Como tem sido exposto: SEM MARÍLIA, SEM MILITÂNCIA!


MARÍLIA ARRAES - ENCONTRO ESTADUAL DO PT 02.08 RECIFE - PE  FOTO:BRASI 247


Marília Arraes nega desistência e diz que “esperança não se negocia” - BRASIL247 04.08

As consequências da postura do DN do PT são muito maiores do que se avaliam agora, e podem refletir não só no partido e por muito tempo.  Tem haver com renovação, respeito, confiança e  povo!

Mariella a morte de uma guerreira. Foco BRASIL 15.03

Escalada da violência prenuncia o caos. Foco BRASIL 04.04

O que se sabe sobre as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes - G1 24.07

Percebam como foram vistos acontecimentos anteriores, que podem parecer inesperados e intensamente contrário aos anseios de muitos, como a morte de Marielle Franco no Rio e as implicações com governo Temer e a intervenção militar, repercutiu  aqui e fora e contribuiu para a percepção negativa sobre o momento e personagens, gerando resiliência, ou de Eduardo Campos nas eleições de 2014.  Que mensagem deixou, como se refletiu na população, no Brasil e no mundo, mostrando como os acontecimentos se transformam em bandeiras, e fazem o povo reagir ou se manifestar, quando se ver ameaçado, traído, ou como testemunha de "injustiças" e fatos indesejáveis.

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PUBLICAMOS A SEGUIR NOTA DA CORRENTE PETISTA - ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA



Segue resolução da Direção Nacional da tendência petista Articulação de Esquerda

*Sem concessões ao golpismo: contra a tendência suicida!*

*Eleição sem Lula é fraude!*

A tendência petista Articulação de Esquerda dirige-se aos delegados e delegadas do Encontro Nacional do PT e ao conjunto da valorosa e abnegada militância petista de todo o país, para se opor veementemente ao profundo erro cometido na última reunião da Comissão Executiva Nacional do Partido no último dia 1º de agosto, na qual foram aprovadas resoluções que implicam alianças com golpistas que nada ajudam em nossa tática em defesa da candidatura de Lula.

O centro de nossa tática nacional é a eleição de Lula presidente para derrotar o golpe, o que significa construir uma grande mobilização capaz de enfrentar a brutal polarização política e social do país, reverter as medidas golpistas e sustentar um governo que estará sob permanente ataque de nossos inimigos: a grande burguesia brasileira, seus operadores e o grande capital internacional.

Lula é a única liderança nacional capaz de canalizar massivamente para as urnas a ampla insatisfação popular contra as medidas do golpismo. A cada dia que passa, mais e mais trabalhadores e trabalhadoras reconhecem que dois projetos estão em disputa no país. Lula representa a interrupção dos retrocessos e a construção de dias melhores para um futuro próximo, que é bom frisar, não serão conquistados sem muita luta.

Portanto, considerar prioritária a tática de disputar com Ciro Gomes para conseguir uma vaga no segundo turno – além de ignorar a necessidade de polarizar com Alckmin, a principal aposta do grande capital – só pode fazer sentido para quem já abandonou a possibilidade de manter Lula candidato até a vitória e opera em favor de um plano B que, ao fim e ao cabo, serviria para legitimar uma eleição fraudada desde o início se Lula for impedido de disputar.

Reafirmamos aqui o que muitos parecem querer esquecer: Eleição sem Lula é fraude! Não podemos titubear: em protesto contra uma fraude devemos votar Lula 13 em qualquer cenário!

A conivência, a omissão e a participação ativa da maioria da direção nacional do PT na construção de alianças estaduais com golpistas só aprofunda o que chamamos aqui de tendência suicida, expressão que dá título a este documento.

Derrotar o golpe se torna uma tarefa muito mais difícil se estivermos Coligados com PMDB e PP no Piauí, apoiando para senador o golpista Ciro Nogueira; se negarmos legenda a um senador petista no Ceará em nome de aliança com golpistas; se no Amazonas é indicado à vaga de vice um candidato golpista ao invés de enfrentá-lo com candidatura própria. Se na Bahia, é indicado um vice do PP, uma vaga de senador ao PSD e coligação proporcional com partidos golpistas com lista de candidatos que hoje cerram fileiras com a base parlamentar de Temer.

Cabe destacar o caso de Sergipe, em que a maioria da direção partidária decidiu pela aliança com o PSD e MDB. Os companheiros e companheiras que defenderam corajosa e valorosamente que o PT tivesse candidatura própria ao governo do estado e ao Senado perseguiram o direito garantido pelo estatuto (artigos 13, 65 e 66) de consulta aos filiados e filiadas, mobilizaram a base militante do PT em todo o estado, cumpriram todos os ritos e recolheram o número de assinaturas necessárias para realização de plebiscito. Não apenas a direção local simplesmente desconsiderou o direito dos filiados e filiadas garantido pelo estatuto do partido como a câmara nacional de recursos do Diretório Nacional também negou de forma terminativa o direito estatutário de consulta aos filiados e filiadas para a tomada de decisão.

O estatuto do PT é instrumento de proteção da democracia interna, mas tem sido recorrente o seu descumprimento por parte de instâncias de direção, que deveriam ser as primeiras a preservá-lo. O estatuto do PT deveria ser, para as/os petistas, o que a Constituição significa para os cidadãos e cidadãs brasileiras.

Neste sentido, fazemos uma convocação à luta e à rebelião da base de nosso Partido!

Do mesmo modo que a militância do PT derrotou parte expressiva de sua direção nacional quando rejeitou acordo com golpistas para eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado, ela está convocada a derrotar um acordo que pode ser denominado como “acordo da soma que diminui”.

Afinal, além de abrir mão do apoio formal do PSB a Lula, o alardeado acordo enfraquece Lula, o PT e a luta contra o golpe em Pernambuco e contribui para unificar o antipetismo em Minas Gerais em torno do candidato tucano ao governo estadual contra Fernando Pimentel (PT). Na prática, a chamada “neutralidade” do PSB nas eleições presidenciais serve tão somente como uma autorização para que a maioria de seus dirigentes e militantes continuem apoiando Ciro ou Alckmin, como é o caso de São Paulo e ocorre também em outros estados.

A resolução da maioria da direção partidária desarma e desconstitui o ânimo do melhor de nossa militância, nos coloca na vala comum das negociatas de caciques regionais, descarta a candidatura de Marília Arraes, um grande quadro renovador da esquerda, uma candidatura própria com chances reais de vencer e que ganhou corpo na militância partidária e social no estado. Para tanto, tenta impor, de forma autoritária e antidemocrática, o apoio a Paulo Câmara, líder do PSB golpista de Pernambuco.

É preciso lembrar que a ampla maioria da bancada do PSB votou a favor do impeachment de Dilma e da emenda constitucional que congela os gastos públicos por 20 anos, bem como se dividiu na votação da contrarreforma trabalhista, medidas cujo impacto já estão resultando em graves consequências para a maioria do povo.

A tática correta era (e segue sendo) priorizar a aliança com o PCdoB, nosso aliado histórico e consequente na luta contra o golpe, ao invés de priorizar o “isolamento” de Ciro Gomes mediante uma suposta e duvidosa “neutralidade” no PSB.

Nossa tática e nossa política de alianças deve priorizar o apoio a Lula, o que só tem condições de garantir quem historicamente tem caminhado ao lado da classe trabalhadora nos momentos decisivos, quem vem lutando desde o primeiro momento contra o golpe e sua agenda de destruição dos direitos, das liberdades democráticas, do desemprego, da terceirização irrestrita, arrocho salarial, ampliação da miséria, entrega da soberania nacional e alinhamento ao imperialismo decadente dos EUA.

Apesar das profundas divergências estratégicas, saímos do 6º Congresso do PT com um significativo grau de unidade tática e um conjunto de resoluções capazes de nos orientar para a luta de quem está disposto a derrotar o golpe, retomar um projeto popular, democrático e soberano para o Brasil, sob a hegemonia da classe trabalhadora.

Mas, em nome de alianças que comprometem a nitidez da luta contra o golpe perante o povo brasileiro, a atual maioria da direção nacional do PT parece ter perdido qualquer responsabilidade com as deliberações do 6º Congresso, que determinam uma política de alianças para “aglutinar quem partilhe de uma perspectiva anti-imperialista, antimonopolista, antilatifundiária e radicalmente democrática”, e uma orientação política de “consolidação de uma esquerda antissistema, com clara identidade de projeto”.

Os delegados e delegadas do Encontro Nacional do PT podem e devem salvar o partido da tendência suicida. A militância do PT está convocada a, mais uma vez, impor um recuo à atual direção e aprofundar, na prática, o processo de construção de uma nova estratégia, que exige uma nova direção.

Lula livre!

Lula presidente!



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