terça-feira, 19 de maio de 2020

Covid-19, quando será o pico, o que devemos fazer?



Pelo que assistimos no mundo, a falta de dados claros e sustentáveis quanto a intensidade e abrangência da crise sanitária provocada pela Covid-19, gera certa ansiedade na sociedade e expõem as falhas em ações mais efetivas ao combate do vírus,  num maior ou menor grau, mas que estão diretamente associadas a capacidade de cada país, de cada governo, em se moldar as situações de crise provocadas pela pandemia ou adotar políticas públicas adequadas, urgentes e estruturadas, com foco principal nas vidas de seus cidadãos, no bem estar social, com ou sem isolamento social.


Não se trata apenas de poder econômico, claro que quanto mais rica a nação, mais recursos o Estado tem para atender as necessidades de saúde, econômicas e estruturais, num momento em que faltam insumos básicos, materiais, equipamentos, leitos e mesmo profissionais para atender as populações. Trata-se também de foco, organização, postura adequada e voltada a preservação das vidas em risco, de ter administrações sérias, capazes de tomar decisões urgentes, responsáveis, comunicadas com clareza e respeito, ainda que falte outros recursos materiais e humanos, é o que se observa em muitos exemplos com países pequenos e de poucos meios, tendo sucesso no enfrentamento ao vírus, ou com países grandes com muitas mortes por falhas no combate a pandemia, ainda que proporcionalmente ao total de seus habitantes, não seja clara a intensidade da crise, também pela subnotificação.

Coronavírus: EUA registram 90 mil mortes e 1,5 milhão de casos confirmados... - UOL 19.05

Covid-19: Brasil se torna o 3º país com mais casos; mortes somam 16.895 - Olhar Digital 19.05

EUA registram mais de 70 mil mortes por Covid-19, segundo monitoramento - G1 05.05

Estudo coloca Brasil como novo epicentro do coronavírus no mundo - Veja Abril 05.05 


Os números são assustadores, onde o combate não foi eficiente há muitas mortes nas estatísticas, mesmo que o número de testes sejam insuficientes e em alguns casos a gestão dos dados, precária, o Brasil agora sob holofotes do mundo, atinge um patamar de destaque negativo, que se amplia drasticamente. No mundo já são mais de 4,8 milhões de infectados com cerca de 319 mil mortes registradas, nos EUA são mais de 1,5 milhões de doentes e 90 mil mortos, enquanto no Brasil são quase 254 mil casos e já superamos 17 mil mortos, notificados como decorrentes da Covid19.

O Brasil parece não ter escolhido um bom caminho, em plena pandemia como já citamos noutras publicações, mergulha numa crise política social e econômica, com conflitos sucessivos e atos desgovernados, quando em face da baixa testagem e da consequente subnotificação não temos a real intensidade das infecções, contágios e mortes, que segundo algumas projeções podem ser de 5 a 10 vezes maiores que os números oficiais, provando que há pouco esforço  do Estado (do governo federal), em detrimento dos muitos gestos de combate ao Covid19 realizados por alguns governadores, secretários (estaduais e municipais), prefeitos, pesquisadores e instituições, médicos, enfermeiros, profissionais de saúde e áreas afins, sejam por medidas como o isolamento ou lockdown, ou a assistência humanizada aos pacientes, mas fazem algo efetivo num momento  que pode ser o do pico da pandemia que agora avança para o interior, enquanto Bolsonaro demite mais um ministro, Teich da saúde, insistindo ele mesmo em prescrever medicação e tratamento a base de Cloroquina, sem provas de sua eficácia ou benefícios, muito menos conhecimento para fazer prescrições como tem feito.

Mundo registra 260 profissionais de saúde mortos por Covid-19, 130 só no Brasil - CUT 18.05

Covid19: outras faces da pandemia. Foco BRASIL 13.04

Não são apenas números, são vidas que nem sempre são respeitadas, especialmente as dos cerca de 130 profissionais de saúde que já faleceram no Brasil, ou dos cerca de doze profissionais bancários igualmente submetidos a rotinas arriscadas, que provocam tantas mortes entre trabalhadores dos serviços essenciais, e não citamos entre estes os aposentados e os muitos vigilantes e outros profissionais terceirizados em hospitais, bancos, etc.  Reforçamos, não são números, são pessoas, que reconhecemos e igualmente homenageamos por meio da publicação do dia 13.04, onde citamos o nome dos primeiros sete bancários mortos pelo vírus (Covid19: outras faces da pandemia.) e agora com condolências aos amigos e familiares dos que desde então perderam a vida em suas lutas diárias:


14.04 faleceu funcionário do Bradesco, trabalhava no Núcleo Alphaville e estava atuando em Home Office;

04.05, bancário  do Banco da Amazônia, AM, José Maria Campos Menezes, 62 anos de idade e 42 de banco, casado e com três filhos;

11.05 faleceu José Carlos Pinotti Filho, advogado funcionário da CEF - Caixa Econômica Federal em Belém PA;

18.05 Luis Malaquias dos Anjos, 55 anos, funcionário do Banco do Brasil da agência Tabuleiro - AL, onde atuava como caixa;

18.05 bancário Josemar José de Lima, funcionário da CEF e gerente PJ da agência Jaguaribe - PB.

Nossos pêsames e sinceras homenagens a estes que faleceram, e as suas famílias que sentem suas perdas.


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