sábado, 17 de janeiro de 2015

Liberdade de expressão, uma mentira repetida!

Disse o nazista Joseph Goebbels, "uma mentira repetidas mil vezes torna-se uma verdade"!  Parece que o lema da máquina de propaganda de Hitler, está cada vez mais em uso.

Os episódios que sucedem ao ataque ao jornal francês Charlie Hebdo, que causaram a morte de profissionais da imprensa francesa, parecem reforçar o que há por trás da frase do nazista, e cair como uma luva para um segmento que atende muitos interesses pouco louváveis.

Charlie Hebdo (após atentado nov.2011) - Foto Wikipédia
Antes de explicar o nosso pensamento, queremos deixar claro que repudiamos totalmente toda forma de violência, e não estamos defendendo loucos, terroristas e outros desequilibrados que agem covardemente contra pessoas, suas vidas e todos os valores defensáveis e saudáveis para humanidade.

Dito isto voltamos ao tema principal do nosso texto, a tão aclamada liberdade de expressão, defendida por muitos representantes da mídia em todo o mundo, e que nos últimos dias vem sendo cultuada e apresentada como valor supremo das sociedades desenvolvidas,  E em meio a insanidade de radicais religiosos, desprovidos de qualquer valor, surge as hordas de defensores da total liberdade, alimentando sentimentos e reações que vem bem a calhar aos grupos e segmentos sociais que exploram esta falsa ideia, nos quais se incluem os governos que hipocritamente usam estes argumentos para cometer abusos e atrocidades, como parte de um conjunto de "valores" que os sustentam e permitem manipular economias, sociedades e pessoas a seu bel prazer.


No contexto do Charlie, liberdade de expressão, é o direito de ferir e ofender sentimentos, valores e crenças dos que professam um credo, como os muçulmanos, ou outros religiosos.  Liberdade de expressão é não respeitar os limites da convivência social, do direito a dignidade assegurados a todos os grupos étnicos e religiosos, as pessoas como um todo. É ter o privilégio de não ser cobrado pelos seus atos abusivos e desrespeitosos, com muitos valores morais e religiosos, e outros importantes preceitos construtores das estruturas sociais em todos os níveis e em todas as partes do mundo.

O acontecimento condenável e trágico ocorrido na França trás a evidência não só o radicalismo religiosos, o terror, mas também os sinais das ações das estruturas por trás destes, assim como dos seus adversários ocasionais que sustentam grandes segmentos da mídia, que usam jornais, revistas, tv's como máquinas a serviço de interesses menores, e em momentos como estes tentam fortalecer suas estruturas de controle e manipulação, blindando os meios de que dispõem, através do uso da boa fé, da comoção das pessoas, e por meio do exagero aos supostos direitos que possam representar. Numa tentativa de quebrar definitivamente limites e barreiras que possam impedir-lhes de exercer, um controle massivo, uma ditadura da informação por meio da manipulação e priorização de interesses que não são legítimos e coletivos, como os que vez ou outras tornam-se evidentes em várias partes.  É para fortalecer super estruturas de manipulação de informações em prol de alguns!

Em recente manifestação o presidente Obama, diz que a liberdade de expressão é uma das bases que sustentam o desenvolvimento e as sociedades democráticas, algo que tem sido dito por outros líderes a exemplo da presidenta Dilma, especialmente nos últimos dias. Natural seria se não fosse de alguma forma desprezado outros aspectos também fundamentais a humanidade, como o direito ao respeito a cultura, a dignidade das pessoas, a religiosidade, dentre outros.  O que dissemos volta a ficar claro, o que há de fato em pauta, é o poder que se manifesta e serve a um ou outro projeto ocasionalmente, e que é reforçado e estruturado por intermédio da atuação e ênfase dada pela "grande imprensa" a serviço de si mesma, e dos propósitos de governos, grupos e segmentos.

A mentira que se repete, com afirmações de que a imprensa é livre, e exerce a liberdade de expressão, não é algo novo, não é algo local, regional, nacional, e se manifesta em todas as partes.  Não são poucos os eventos de conhecimento público, onde há manipulação de informação divulgadas e publicadas em meios de comunicação por todo o mundo, onde há formação de cartéis ou grupos de compadres para influenciar em importantes momentos e fatos que afetam as sociedades, sejam políticos, históricos, sociais, econômicos e mesmo religiosos.  Alguns destes até serviram de mote para denunciar o comprometimento dos meios de comunicação, e a necessidade regrar a tal liberdade. Mesmo assim não são incomuns episódios onde mídia e jornalistas cometem abusos absurdos, servindo como pretexto para crimes de racismo, xenofobia, extremismo e muitos outros:



Por trás dos spots midiáticos de Renzi, o programa neoliberal de sempre - Brasil de Fato





No Brasil temos exemplos de danos coletivos e individuais causados pelo mal uso da liberdade de imprensa ou de expressão, e podemos relembrá-los:



Nós destacamos alguns, inclusive relacionados a promiscuidades das relações da imprensa e partidos políticos, ou com grupos econômicos, conglomerados e empresas (que costumam pagar os jornais): 





Distorções existem e muitas sociedades já se deparam com discussões sobre o tema:



Foto reproduzida do Brasil 247

Alguns dos que dizem defensores da liberdade de imprensa, já deram mostras no passado de como é conveniente usar os meios para seus propósitos ou quando não censurar o que interessa de fato a eles, em detrimento da coletividade e das sociedades:

FRANÇA PRENDE HUMORISTA QUE FAZ CRÍTICAS A JUDEUS - Brasil 247 14.01.2015

E para quem se opõem como nós a perpetuação deste engano, desta farsa, pois não poderemos encontrar equilíbrio social e convivência harmoniosa se não houver respeito e regulação dos meios de comunicação, tornando-os mais responsáveis na sua forma de expressão, resta o enfrentamento.


Reproduzida do Portal G1

A opinião manifestada pelo Papa Francisco encontrou resistência entre "baluartes" da liberdade de expressão, alguns deles bem sintonizado com os exemplos de manipulação dos meios midiáticos, nos quais chegam a ser exemplo de atuação tendenciosa inclusive objeto de denuncias e intervenção judicial, como o caso Veja tratado pelo TSE.  Demonstram com suas críticas a manifestação equilibrada do pontífice, um descompromisso com a responsabilidade e total entrega ao casuísmo e ao poder econômico e político patrocinador de seus pensamentos e expressões "livres". 


As questões que envolvem os fatos relacionados ao Charlie, são mais profundas e tem haver também com o papel das chamadas democracias desenvolvidas, que vez por outra financiam grupos armados e terroristas em todo o mundo, em especial na Ásia e na África, muitos dos quais constituídos por extremistas fanáticos, além é claro de todos outros aspectos relacionados a coletividades e liberdades individuais, respeito as sociedades, culturas e religiões também, mas que ao sabor do debate contaminado sobre a liberdade de expressão, favorecem o extremismo de direita, a discriminação e outras males que atingem a Europa e o Ocidente e são corresponsáveis por inúmeras tragédias.