sábado, 25 de abril de 2020

Moro X Bolsonaro, e o Brasil?





O presidente Jair Bolsonaro e o agora ex-ministro Sérgio Moro, em imagem de dezembro de 2019 — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro e o agora ex-ministro Sérgio Moro, em imagem de dezembro de 2019 — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo reproduzida do G1

Nesta guerra de interesses que se transformou o episódio da demissão do diretor da Polícia Federal, Valeixo, revela-se todo sombrio conjunto de ilicitudes, disputas e pouco respeito a coisa pública, com poderosos tirando proveito e usando estruturas, instituições e recursos de forma gritante, abusiva e criminosa, mesmo para encobrir outros atos duvidosos e passados explosivos, como na novela Moro X Bolsonaro, um produto de resultado duvidoso e ruim para o Brasil, bem ao gosto das produções globais.




Como fica o Brasil?  A mercê de desmandos e de um governo apodrecido, de elites que tiram proveitos do adoecimento e da morte de muitos brasileiros, mesmo agora em plena Covid19, com o Estado, ou as várias formas de poder e autoridade, em muitas situações agindo mal e dando maus exemplos, como no caso do novo ministro da saúde, que ao julgar pelas poucas declarações, à moda Bolsonaro, enrolação e pouco serviço, apenas assiste as mortes, diz não saber se o aumento do número de mortos pela Covid19 é uma tendência de alta (sem considerar o histórico recente da evolução da doença no Brasil), que asneira do Dr. Teich, ou é mais do mesmo, é mais um indiferente aos problemas e as dores dos brasileiros, que está no cargo para preencher espaço e servir a interesses pessoais de Bolsonaro e seus grupos de sustentação (como na quebra do isolamento e liberação da cloroquina, sem benefícios a população e agora com aval do Conselho Federal de Medicina, mediante assunção de riscos pelo paciente), em detrimento do bem ao Brasil e principalmente a sua população mais carente e desamparada, que sofre em filas para sacar R$ 600,00 que o governo desde o início da pandemia, mesmo após aprovação do Congresso, tem dificultado.






Na disputa entre Moro e Bolsonaro não há mocinhos ou heróis, ambos são jogadores de um jogo em que só perde nosso povo e nosso país, com chantagens, pactos escusos, mentiras de ambos os lados, dos que antes eram aliados e muito comprometidos com seus interesses privados e corporativos, com situações duvidosas, nebulosas, recheadas de atos nada republicanos e muitos personagens e instituições, em situações perigosas, criminosas ou ilegais, convenientemente ocultadas, disfarçadas e negadas, para bem de organizações ou grupos que mencionamos, hoje no centro do conflito, justo pelo poder, e que estão infiltradas nas estruturas de governo.  Nesta disputa, já dissemos, perde o povo, perde o Brasil! Ambos não são dignos de estarem em posições de comando ou liderança do nosso país.

De fato há projetos concorrentes, igualmente nocivos e que não podem se suportar mutuamente até 2022.

Vejamos alguns fatos muito divulgados e que já eram indicadores do que há por trás dos envolvidos:






O ex-juiz e agora ex-ministro Sérgio Moro, coleciona acusações de parcialidade, manipulação e métodos de condução já denunciados, sejam por abusos e ilegalidades, sejam por acordos e favorecimentos de grupos políticos, como os do PSDB ou outros, e pessoas ou empresas, escritórios de advocacia com milhões em honorários e em acordos judiciais, delatores a exemplo do doleiro Youssef, desde os fatos ligados ao Escândalo do Banestado, como noticiam as mídias ou na sua atuação na Lava Jato, em seu relacionamento perigoso e fora dos autos com procuradores do MPF - Ministério Público Federal, interferindo nas investigações e denúncias por meio de Deltan e outros lavajatistas amigos, a partir de expedientes ilegais denunciados e confirmados em reportagens do The Intercept e outros veículos, como grampos ilegais e vazamentos de áudios, resultando também em alterações no cenário eleitoral de 2018, em quebras de segmentos econômicos e na sua participação indireta na eleição de Bolsonaro, ao que parece para ser alçado a ministro, como de fato foi, apesar de até o momento ainda não terem sidos julgados pelo STF muitos abusos denunciados e que envolvem o ex-juiz. Mas não foi só isso, ele enquanto titular do Ministério da Justiça, supostamente forneceu informações sigilosas sobre investigações em curso contra filhos de Bolsonaro, e tentou trazer para âmbito da PF as investigações sobre o assassinato de Marielle no RJ, num momento de desafeto entre Bolsonaro e o governador Witzel. Em seu pronunciamento Moro afirma que Bolsonaro tentou interferir no curso das investigações da PF, que envolviam aliados ou seus filhos, algo que parece consistente, mesmo que no passado Moro tenha negado que tenha fornecido dados sigilosos sobre investigações, ou use tal desculpa, a pressão de Bolsonaro sobre seus subordinados, para sua jogada pessoal e política, o que não minimiza os delitos do presidente ou os seus.






Já o presidente Jair Bolsonaro, acumula desde antes da eleição situações que desabonam sua conduta, que por conveniência foram minimizadas por apoiadores ou pelas mídias, pavimentando sua eleição na esperança de terem o controle do Estado, mantendo Bolsonaro em rédia curta. Ignoraram declarações racistas, homofóbicas, seguidas de gestos e atos de incentivo a violência, em meio a denúncias graves de envolvimentos com milicianos (como o falecido capitão Adriano, morto na Bahia), outros relacionamentos com suspeitos e suas muitas fotos sociais (como com o fazendeiro Leandro Guimarães, do caso Adriano), até mesmo participação em esquemas e desvios envolvendo  seus filhos, com o agravante da suposta ligação com assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco do PSOL. Para além das "perseguições" do então juiz Moro e da Lava Jato aos adversários políticos de Bolsonaro, danosas, ou campanha violenta e mentirosa, tem as ligações suspeitas que envolvem grupos de apoiadores, empresários amigos seus, seu filho Carlos Bolsonaro, empresas de mídias sociais e supostamente órgãos de estado dos EUA, na massiva divulgação de fakenews, com métodos e bases de dados e perfis de usuários colhidos e utilizados de formas semelhantes aos usados no EUA, para intervir e influenciar nas eleições e contra instituições e políticos ou partidos de seus desafetos, algo parecido com o que é gerido pelo chamado Gabinete do Ódio e estruturas paralelas em funcionamento, segundo a deputada Joice e outros do PSL, funcionando até no Palácio do Planalto e em gabinetes do Congresso, parte do objeto de investigação determinada pelo ministro Alexandre Moraes do STF, que segundo Moro, fato que Bolsonaro queria intervir. Como resposta as acusações, Bolsonaro fez um pronunciamento acompanhado de ministros, algo sem noção e surreal, onde além das desculpas desconexas e numa fala onde não se compreende o começo ou o fim, nem a relação dos fatos narrados pelo presidente com as acusações de Moro, o que sobrou foi a palavra do presidente, que afirmou ter recebido informações sigilosas, e solicitou que a PF colhesse um depoimento em que envolvia o miliciano pai da namorada do seu filho 04 (como afirma Bolsonaro), investigado no caso Marielle, numa atitude normal para o governante como se isso fosse algo natural. Depois  o presidente faz ataques, com acusações de que Moro o chantageou por uma indicação a vaga no STF em novembro, ratificando de alguma forma, a existência de "acordos estranhos" entre eles, pactos de interesses pessoais entre ele e o ex-juiz Moro, onde este último chegou a assumir em seu pronunciamento, que quando assumiu o ministério no governo, condicionou sua posse a concessão de um benefício financeiro a família (uma espécie de garantia), dito por juristas e presidente da OAB, como sendo algo ilegal.

Não são nada boas as ações do presidente, a exemplo de sua postura conflituosa e personalista, que ignora vidas como no combate a Covid19, mas só estão ocorrendo tais fatos negativos do governo, graças ao apoio e as ações de outros que estão ou estiveram no governo, como Moro, durante muito tempo e que depois pelo projeto bolsonarista, de uma forma ou outra, são elevados a condição de inimigos número 1, que se  multiplicam, como Bebianno, Mandetta, Santos Cruz, etc. Quando não são outros dos demais poderes e representações sociais, deputado Rodrigo Maia, um dos mais recentes.


Para o Brasil, resta a possibilidade de por algum tempo, afastar riscos maiores a democracia e ao bem estar da população, dando chance a sociedade de trilhar um caminho de recuperação após a pandemia e a considerável ação desastrosa e destrutiva, do presidente Bolsonaro e seu governo, com seus inúmeros ex-colaboradores e aliados, muitos que depois de traídos, saem apontando crimes e erros que não podem continuar a serem ignorados, de forma que esperamos providências concretas, após graves denuncias e finalmente a manifestação do PGR Aras, solicitando investigações sobre o que denunciou Moro, para que sejam colhidas provas e Bolsonaro formalmente investigado, determinando o STF após relatório, que seu afastamento do cargo por 180 dias seja examinado pela Câmara, enquanto segue o processo até que possa ser concluído o impeachment, finalmente julgado e afastado definitivamente da presidência, é o que se espera, pois temos instituições que devem funcionar e proteger os interesses do povo e da nação, não os de alguns poucos poderosos.



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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Onde vamos parar?




Em dias difíceis como os da atual pandemia, o que tem sido uma constante além do crescente número de doentes e mortes, no Brasil e no mundo, também as informações falsas ou inconsistentes em várias partes e países, principalmente para amparar interesses econômicos e financeiros de alguns poderosos, como aqui, com os destemperos de Bolsonaro e sua obsessão por levar milhares a exposição a riscos desnecessários e de morte (principalmente), mas também vemos muitas atitudes desencontradas e equivocadas e várias esferas das cadeias de controle e combate da pandemia, aliadas a falta de sensibilidade de segmentos da sociedade e de grupos que atacam e combatem não o vírus, mas as medidas de controle e defesa da vida.








Foi por erros como estes que a Itália acumulou milhares de mortes, também na Espanha, e o que dizer dos EUA onde Trump dizia que poria fim ao isolamento em 07.04, e antes, que os Estados Unidos não seria afetado pela Covid19.  Linha que até hoje permanece incomodando os brasileiros e que Bolsonaro se apropria como sua bandeira, levar brasileiros a se expor, trabalhar e propagar riscos entre os mais pobres, e mentir para que isso se realize, não importando quantos irão morrer, como se diante de interesses econômicos dos ricos, poderosos e com recursos para se protegerem, de tal forma, que teriam acesso a atendimento médico e leitos em UTI's privadas, enquanto milhares morreram em casa sem atendimento ou nas recepções e corredores de hospitais, sem qualquer assistência médica, com o sistema em colapso total.


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Corpos pelas ruas de Guayaquil, que vive desastre sanitário. Imagem: reprodução/ Diário da Causa Operária






Em várias partes do mundo, governos tentam tirar proveito da pandemia para se manter a qualquer custo, enquanto mortes superam notificações, testes, internações e vagas em hospitais, e as mortes que não são representadas pelos números oficiais e omissões propositais, mas por cenas horríveis de corpos amontoados em ruas, sendo sepultados em caixa de papelões como no Equador, em valas coletivas como nos EUA, ou mesmo transportados em comboios militares como na Itália, ou denunciados por covas a perder de vista em cemitérios como os brasileiros, depois de estarem amontoados em hospitais onde dividiam espaços com internados em estado graves.  








(foto: AFP / MICHAEL DANTAS)
(foto: AFP / MICHAEL DANTAS) - Sepultamento coletivo em Manaus - AM reproduzido do Correio Braziliense
Parentes de vítimas do novo coronavírus sofrem com enterros sem despedida - G1 20.04



Pacientes com covid-19 em leitos hospitalares pelo mundo.Foto: Reuters/Flavio Lo Scalzo Reproduzido do Diário do Litoral




 (Foto: Peu Ricardo/DP FOTO.)
Foto: Peu Ricardo/DP FOTO.

Também é nítida a gravidade da falta de teste massivo, não se sabe quantos brasileiros foram contaminados, não se consegue desta forma balizar medidas para além do isolamento social, muito menos dimensionar as estruturas e recursos necessários para atender demandas médicas, sanitárias e de sepultamento, controle e reativação das atividades econômicas e sociais, mas configuram-se falhas que podem ser explorada por  maus governantes, sejam para benefícios próprios ou pretensões políticas futuras como as que denunciam a posição do presidente Bolsonaro. É escandalosa no entanto a contradição entre as declarações do presidente e de seus apoiadores, e imagens de doentes, corpos, covas e sepultamentos que se espalham como, em Manaus - AM, São Paulo - SP, Rio de Janeiro - RJ, e Recife - PE, só para ilustrar.


Pernambuco reflete erros, tanto da população que desrespeita o isolamento como das autoridades, que em busca de resultados rápidos e fora da capacidade estrutural dos serviços de saúde, hospitais e emergências, tomam medidas desproporcionais ou sem cuidados adequados para com segmentos importantes. No primeiro caso vemos pessoas circulando, comprando, lojas funcionando à margem da determinação de fechamento do comércio pelo governo do estado, são concessionárias, livrarias, lojas de 1,99, e até bares, algo que vemos em vários pontos da RMR - Região Metropolitana do Recife, especialmente na área norte.

Filas enormes para agência da Caixa Econômica em Casa Caiada  Olinda - PE Foto José Dilson


Noutro polo há omissão do Estado quanto ao que ocorre no serviço de transporte urbano, com ônibus lotados e menos veículos mesmo para atender quem precisa estar no trabalho e executar serviços sociais, com exposição e riscos desnecessários.  É necessário maior firmeza em relação ao Consórcio Grande Recife.  Também ao atribuir a pessoas que prestam serviços essenciais, responsabilidades que não lhes cabem, fora do espectro dos órgãos reguladores, estando acima de suas competências e deveres, um exemplo é como o governo trata os bancários (ainda que em dados aspectos sejam cobrados os bancos), ao exigir que fora dos limites da dependência e longe do seu espectro de atuação, sem garantia alguma, que funcionários de bancos organizem filas quilométricas em áreas públicas e privadas, para além dos limites dos bancos, em filas digamos quilométricas, quando tais funcionários atuam em outras funções, podem ser alvo de bandidos e sofrerem violências ou tentativas de assalto ou agressões, não tem poderes de polícia, nem poderes para determina nada, ainda mais em áreas de terceiros e vias públicas, quando cabe as autoridades que desejam manter os serviços básicos de atendimento a população carente e aos beneficiários de programas sociais de renda, sejam eles federais, estaduais e municipais.

Tão grave é a disposição do governo estadual conjuntamente com autoridades municipais, em desativar atendimentos emergenciais em unidades da RMR que funcionam para atender casos pediátricos e adultos, deixando a população sem atendimento mínimo em momentos de demanda por saúde, para atender casos que são relacionados apenas a Covid19, ignorando outras necessidades urgentes dos pernambucanos, com riscos para pessoas e profissionais de saúde. São situações graves mesmo considerando a pandemia, pois ao invés de desativar emergências e reduzir quadros de profissionais de serviços emergenciais, o caminho deveria ser na ampliação dos hospitais de campanha e formação de equipes específicas para tratar do Novo Coronavírus, com treinamento e equipamentos adequados, sem uso dos profissionais despreparados para pandemia, que prestam serviços nas emergências que serão desativadas por interferência do governo de Pernambuco e de prefeitos. Os esforços estaduais poderiam também ser pela ampliação do atendimento e dos quadros de saúde, com captação  de profissionais externos, a exemplo do que ocorreu em outros países pela captação de apoio e ajuda internacional, como na contratação ou obtenção de ajuda dos médicos cubanos, muitos dos quais habituados a enfrentar graves crises médicas e de saúde.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Covid19: outras faces da pandemia.





Enquanto em todo mundo a palavra de ordem é isolamento social, com as pessoas seja por medo ou cumprindo recomendações da OMS e das autoridades nacionais e locais, seguem evitando deslocamentos desnecessários e aglomerações, em alguns locais tal situações não foram a princípio adotadas, em outros ainda enfrentam uma resistência absurda ao distanciamento recomendado, mesmo que sejam cada vez menos frequentes, tais casos e situações de alto risco.  Contudo, as marcas estão evidentes nos números mundiais de infecção e mortes, com destaques negativos que deixam países que não agiram bem desde o início, em condições que apresentam números expressivos de vítimas, como Itália (mais de 20 mil mortos) e Espanha (mais de 169mil infectados e 17,4 mil mortos), já ultrapassados pelos EUA (com 23 mil mortos e 555 mil infectados), num panorama mundial trágico, com estatísticas que superam 1,9 milhão de infectados com Covid19 e mais de 114 mil mortos, não considerando os casos sem testes e diagnósticos, ao que aparece igualmente enormes.






No Brasil assim como nos EUA de Trump (até certo ponto), conflitos motivados por interesses "pessoais" e políticos do presidente Bolsonaro, tem levado ao enfraquecimento gradativo da adoção do isolamento pelas pessoas, inflando conflitos ideológicos incabíveis e que trazem riscos a população. Não  fossem gestos loucos de grupos ligados ao presidente, como de evangélicos e pastores (que priorizam sua coleta de dízimos em muitas de suas mensagens, mesmo agora), ou de alguns empresários que se escondem atrás de máscaras e em seus carros de luxo, em condomínios fechados e luxuosos iates, mas querem forçar trabalhadores (seus empregados), que são obrigados a se deslocarem em ônibus lotados, ou atuarem em situações de risco significativo de contaminação pelo Covid19, tido como essencial pelos patrões e ricos, que não querem redução de seus ganhos financeiros, pelo isolamento de parte dos trabalhadores brasileiros. Ainda quanto a incoerente base de apoio de Bolsonaro, recentemente gestos como do deputado Osmar Terra, de olho no ministério da saúde e ignorando as recomendações científicas, ou de outros nesta linha de interesses, mais as "omissões" do Aras da PGR (Procuradoria Geral da República), que apesar dos riscos criados pelas atitudes pouco responsáveis e conflituosas do presidente, cuja a gravidade das ações repercutiram internacionalmente, não o denunciou como caberia e ainda "engaveta" diversas denúncias contra ele (de forma controvertida), associada a tentativas do mesmo procurador geral, de enfraquecer decisão do STF e posicionamento dos governadores e prefeitos favoráveis ao distanciamento social, chegando a questionar sem bases científicas os resultados do isolamento em outras nações, talvez sejam os mais evidentes e maiores apoios a postura negacionista de Bolsonaro e sua turma. Algo preocupante no atual estágio da pandemia, quando o Brasil precisa controlar o avanço da propagação, que já causou 1.328 mortes e já infectou 23.430 pessoas (considerando os testes realizados), num mês atípico, onde há mais de 2,2 mil mortos por insuficiência respiratória e parte destes podem ter relação com o surto da Covid19, a esclarecer.



Imagem reproduzida do sítio da RBA - Edi Sousa/Sindsep - Ato do sindicato na Av. Paulsta



Na linha de frente e expostos a maiores riscos, diversos profissionais da saúde enfrentam a crise e a emergência de saúde, sem equipamentos adequados, em jornadas e condições cada vez mais difíceis, com riscos crescentes pela quebra do isolamento, pela saturação e colapso do sistema de saúde, especialmente dos hospitais e unidades das redes públicas de saúde, um fato que justifica os 18  mortos e o crescente número de casos de infecção entre médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) e outros profissionais da área. Estes merecem todo reconhecimento e respeito por sua dedicação, apesar de todos os riscos de suas atividades.


Outros tantos profissionais de diversas áreas estão atuando na luta contra o Covid19, em serviços considerados essenciais, enfrentando riscos consideráveis, em condições também difíceis, sendo igualmente merecedores de gratidão e reconhecimento, mas infelizmente nem sempre são lembrados.



Agência CEF Abreu e Lima - 04.04.2020 Foto José Dilson


Chamamos a atenção para o que ocorre entre os bancários, atuando em serviços essenciais com condições impróprias para o momento, falta de proteção individual, em situações que envolvem enormes aglomerações, sem organização ou filas que não caberiam as suas atribuições organizar, até por questões de segurança (e ainda sendo cobrado por autoridades insensíveis, que não enxergam a atuação dos bancários), sendo expostos pelas instituições e tendo que atender a metas negociais, agredidos e desrespeitados por clientes e usuários, parte deles agressivos e pressupondo que seus interesses estão acima dos demais e da saúde do profissional bancário, que em dados momentos nem são compreendidos como prestador de serviços essenciais, com quadros de atendimentos nas agências muito reduzidos e demandas de serviços elevadas, sujeitando-se aos riscos de assaltos e fraudes (já comuns e constantes, dentre outros da profissão), agravados com as tensões do momento, muitos destes profissionais se desdobrando para solucionar problemas que governos e instituições transferem para eles, lidando com produtos como cédulas, moedas, cartões, cheques e documentos, contaminados, sujos, sem adequada preparação e atenção.




Tem sido esta a realidade para muitos destes profissionais, cobrados por todos, ignorados em suas necessidades e na dedicação pelo seu trabalho, vítimas como outros profissionais da situação atual, das exigências e também da Covid19, que até o último dia 10.04, segundo divulgado nas mídias e levantamento feito  por nós, já provocou a morte de 7 bancários no Brasil, que igualmente merecem reconhecimentos e nossa gratidão por atuarem em atividade indispensável para todos, pondo em risco suas vidas, como o fizeram os que abaixo relacionamos e morreram em virtude da pandemia.

As mortes de bancários até agora notificadas ocorreram, no ES, BA, RS, RJ, SP, infelizmente, quando a realidade se apresenta de forma mais dura com tantos casos de subnotificação, ou falta de testes.

30.03 funcionário do Banco do Brasil, Edgard dos Santos Pereira, 66 anos, trabalhava na agência Catete - RJ;

02.04 bancária do Santander, funcionária da agência Vila Santander Paulista - SP;

04.04 funcionário da CEF São Mateus-ES, Marcos Antônio Vieira dos Santos, 35 anos;

06.04 Luiz Batista Felipe Filho, 55 anos, CEF, APCEF/BA;

08.04 bancário de Marau - RS, 53 anos;

09.04 Claudinei Pereira da Silva, bancário do Itaú, 55 anos, Assis - SP;

10.04 Paulo Lancelotte, 54 anos, funcionário do Bradesco agência Largo da Penha - RJ.

Nossos pêsames e sinceras homenagens a estes que faleceram, e as suas famílias que sentem suas perdas.  Que a morte destes sirvam de alerta e motivo para um novo  olhar sobre a categoria!


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Bolsonaro protela assistência ao povo!

 

Ao longo da crise do Covid19, Bolsonaro tem agido mal e priorizado seus interesses políticos em relação a 2022, e na manutenção de uma estrutura de poder que só beneficia ricos e concentradores de renda, o mercado financeiro, especialmente bancos e especuladores da bolsa, que querem lucrar em cima de mortos.

Guedes faz ‘chantagem’ para Congresso pagar renda emergencial. STF e TCU reagem - RBA 01.04 

Editou a MP 927, e sua macabra proposta de suspender salários, mesmo revogando este item depois de muita pressão, esquecendo que o trabalhador estaria relegado a uma insegurança profunda e a fome, durante e após a crise da Covid19.  Mas como Bolsonaro ainda insiste em bancar bancos e grandes empresas, não que a ajuda seja dispensável, mas a velocidade e interesse em tais medidas, é muito maior para os grandes, do que assistir a população (que paga impostos, sustenta o Estado e move a economia e o desenvolvimento), da mesma forma que o presidente persiste em dizer que se trata de uma "gripezinha", de alguma forma "sabotando" os esforços de combate a Covid19, e levando pessoas a desinformação e exposição ao vírus.



Cada problema se enfrenta no momento certo, agora é ficar em casa como recomenda as autoridades de saúde e sanitárias, para depois tratar de empregos e renda, mas sem esquecer do essencial, a economia não é mais importante do que vidas, do que o bem estar social e a saúde.  Essa discussão atravessada por Bolsonaro, que estimula a população a sair do isolamento, pode se transformar numa tragédia, e parece ser uma estratégia dissimulada de quem  não sabe ser um líder. A economia vai mal e muito antes da Covid9, e o desemprego também, caos e crise se somam pela falta de ação em favor do povo, até agora insiste em desculpas esfarrapadas para não conceder R$ 600 de auxílio aos mais desamparados, quando há duas semanas o Congresso já aprovou, põem obstáculos apostando em não gastar com os pobres, torcendo para convulsões e crise séria no Estado, para fazer valer seu discurso, criar desculpa para ruptura democrática, talvez como forma de permanecer no poder de forma tão desastrosa e com um Estado de Sítio induzido. 



Nos países que ignoraram como Espanha, Itália e EUA, a situação é gravíssima, e aqui graças a muitos dos governadores e ações corajosas e sem apoio Federal, principalmente financeiro, muitas ações como o isolamento, tem evitado uma mortandade mais elevada. Na Espanha são mais de 10 mil mortos, na Itália são mais de 11 mil mortos, nos EUA mais de 5 mil mortos, já superaram mais de 200 mil infectados nos EUA, 110 mil na Espanha e 115 mil na Itália, e estão à frente de outras nações.  Apesar de Bolsonaro e seus filhos, outros apoiadores e pessoas do seu círculo, numa postura negacionista, mentirosa e com muitos exemplos ruins, que atrapalham a luta contra o surto, perigosa e criminosamente, o Brasil tem hoje 299 mortos e 7.910 casos confirmados, um número que pode ser muito maior, já que não há testes suficientes para determinar mortes e supostas infecções. Algo que é muito grave!




Os desatinos de um presidente perigoso, que estimula conflitos, ódio, encobre falhas e suspeitas sobre si, fomentando fakenews, contrariando o mundo, a razão, a ciência, pares, para marcar posição e quem sabe matar uns 30 mil, como muitas vezes o Bolsonaro disse sobre os adversários, mas desta feita, do povo mais simples, que constróis este país, a sociedade e a economia. Alguém precisa parar seus gestos irresponsáveis, não será o Mandetta (um "velho aliado"), e ao que parece nem mesmo o Rodrigo Maia, ou Aras, mas o STF tem papel importante neste processo, especialmente num momento de medo e sofrimento, quando o líder não se faz presente, não age em favor do Brasil e se propõem a voltar a participar numa aventura militar contra Venezuela, em plena Pandemia, com o Trump e suas estratégias de dissimulação de erros parecidos com os de Bolsonaro.


Não podemos dissociar a pressão que faz Bolsonaro e alguns polêmicos aliados, que desde o início do governo, sua política foi extremamente liberal, reformas destrutivas para segmentos sociais, aprofundamento do desmonte dos serviços públicos, com a saúde e pesquisas sendo severamente afetados (e agora, são eles que asseguram vidas de todos), num momento onde pensam alguns destes hipócritas, que reconhecer e fazer o necessário para o controle do Covid19, é ir contra seus interesses privatistas, da reforma administrativa que em seus planos, preveem salários menores para os servidores, até afastamentos das atividades atuais, justo para muitos trabalhadores da saúde e serviços essenciais e que estão dando um show de responsabilidade com a população. O Estado Mínimo mostra suas contradições, fracassou!




E quando pensamos que o cenário não pode ser pior, o governo ineficaz, confuso, conflituoso, reedita um pacote de redução de renda, ameaça as garantias dos trabalhadores, e amplia as muitas crises e o sofrimento dos brasileiros, se algo não for feito logo. As muitas críticas contra o governo são válidas, mas não basta para salvar o Brasil.  Um país onde há quem aproveite a ocasião apenas para lucrar, escondendo máscaras para vender com valores absurdos, como no caso do álcool gel, antes do Covid19 entorno de R$ 8,00 a garrafa de 500ml, e nos últimos dias chegando a R$ 150 na internet, com pessoas e profissionais precisando destes e outros produtos de prevenção e segurança.


Supermercados e atacados na crise do Covid19 PE -  Foto José Dilson


Fique em casa!

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