quinta-feira, 16 de julho de 2020

Vamos esquecer 100 mil mortos?


Mortes diárias por Covid19 no Brasil - Fonte Wikipédia




Que triste é ver os "ventos de normalidade" em meio a 76 mil mortos de brasileiros, com uma total falta de atenção a gravidade dos fatos por parte do governo federal, do Ministério da Saúde recheado de militares e pessoas, representações, sem políticas e ações concretas de combate a pandemia do Covid19, que possam salvar vidas e evitar mais de 1 mil mortes diárias, que são resultado também da flexibilização de medidas de isolamento, indiscriminadas, ou frutos de avaliações políticas de governadores,  prefeitos, secretários, que se deixaram pautar por urgências eleitoreiras ou de segmentos econômicos que costumam "apoiar" candidatos a cargos executivos e legislativos, pressionando mais e as vésperas das eleições municipais de 2020.


Atendimento a índigenas - foto Reuters, reproduzida da Gazetaweb



Fazem poucos dias que o ministro Gilmar Mendes do STF, alertou ao fato do Brasil viver um genocídio, promovido  pelo governo Bolsonaro e com a colaboração do Exercito, uma afirmação que não se pode negar por duas coisas, uma, a falta de ações adequadas para o combate a pandemia e de coordenação federal aos esforços locais, e outra, a presença ostensiva de militares nos cargos federais, até de militares da ativa, no governo e na pasta da saúde, segundo a mídia, ministério que está passando por um processo de desmantelamento e causando danos a população, dentre elas aos indígenas, vítimas do vírus e da inoperância e abandono das autoridades públicas federais.







Os discursos e falas das autoridades das várias instituições, estados e governos municipais, a exemplo do que dizia o presidente e alguns de seus apoiadores e representantes, se aproximam cada vez mais da postura mal orientada, de ignorar mortes e atenuar ou retirar drasticamente as medidas de isolamento social e de controle da propagação do vírus. Falam sobre estabilização da Covid19 e abertura das atividades, ou em novo normal, dando a impressão convenientemente elaborada para justificar seus atos irresponsáveis e de negligência com as vidas e saúde de milhões de brasileiros, em face de interesses econômicos e outros não tão claros, quando repetimos, não é algo aceitável a morte de mais de 1 mil brasileiros por dia com a crise sendo prolongado com uma maior ocorrência de contaminações por um período bem maior, que logo deve nos conduzir a 100 mil mortos e até mesmo superar este terrível índice, se não voltarmos a ter ações mais adequadas a preservação das vidas e da saúde das pessoas, ao contrário das propostas e medidas de aberturas de parques, praias, centros comerciais, restaurantes, ou escolas com riscos a nossas crianças, num país onde a morte entre menores, é alta e extremamente absurda.





 

Costumeira e corretamente, reagimos as tragédias com sentimento e indignação, buscando justiça ou confortar familiares e mesmo vítimas sobreviventes, comunidades e grupos afetados, em toda parte e com verdade e disposição de lutar por reparações ou mudanças que evitem maiores danos e repetições.  No Brasil, só para citar, isso ocorreu com a tragédia de Brumadinho, também quando caiu alguma aeronave comercial com 200 ou 300 pessoas a bordo, não importam os números, causando comoção nacional, imagine no caso da pandemia, onde oficialmente milhares de famílias foram atingidas com muita dor, milhões de infectados e mais de 76 mil mortes, o equivalente a queda de 250 aviões de passageiros com 300 pessoas, todos fatalmente vitimados, algo inimaginável e que ocorre no Brasil em cerca de 100 dias. O que dizer desta descomunal tragédia, não é de se esperar uma grande comoção e reação? Mas está parece ainda contida.


Vamos ficar indiferentes,  como se assistíssemos um filme ou um jogo?

Vão ficar por isso mesmo os genocídios em curso?

E os responsáveis diretos e indiretos por tantos mortos, ficaram impunes?

Vamos esquecer 100 mil mortos?

Já passou da hora de cobrar governantes e políticos, todos os poderosos que contribuem para este caos precisam ser responsabilizados!