terça-feira, 9 de junho de 2015

Em meio a conflitos e equívocos lastimáveis

Não é nosso foco dar destaque a situações lastimáveis e equivocadas de alguns que se propõem representar este ou aquele segmento religioso, ou de ideologia sexual e de afirmação social, especialmente quando estes parecem pouco preparados e dispostos a algo bom e edificante.

Mas os recentes acontecimentos relacionados aos conflitos existentes entre alguns segmentos sociais, envolvendo questões de cunho religioso e moral, formação e organização social, e movimentos de luta e defesa de opções sexuais e outras "minorias", de fato já não podem ser encarados como naturais, e muito menos como formas de debates, construtivas e adequadas, quando na contramão de um processo de pacificação de questões e que culminem com ações e relações concretas de equilíbrio e justiça social.

Não nos cabe discutir o mérito de inúmeras reivindicações de quaisquer umas das partes simplesmente, nem apoiar individualmente as legítimas e sinceras preocupações que certamente podem ser encontradas entre os que se antagonizam e defendem um outro pensamento à respeito dos temas principais e consequentes ligados ao que está em discussão em algumas das principais esferas de debates como o Congresso Nacional.   

Quebra de imagens por manifestantes, durante a visita do Papa ao RJ

A questão presente que nos impele, é latente, e são de fato os equívocos e erros que podemos constatar em muitos dos episódios públicos patrocinados por figuras e grupos representativos  de um ou outro pensamento (ou que pretendem ser), e que afeta e prejudica a possibilidade de esforços frutíferos e adequados a uma processo de construção de relações sociais mais justas e equilibradas que possam contemplar ao menos em parte os segmentos envolvidos e os estratos sociais que são afetados direta e indiretamente pelos problemas hoje existentes, e que perturbam e incomodam todos em graus diversos e de alguma maneira.



Neste sentido queremos chamar a atenção, ao fato que manifestações de ódio e intolerância se sucedem, a exemplos das ocorridas em SP no último final de semana, e envolvem os ditos "representantes" de tais interesses que se revezam em demonstrações de certa irracionalidade, ódio, ignorância e preconceito, etc.   Falamos especificamente de alguns  dos momentos deploráveis protagonizados por figuras como o pastor Marcos Feliciano, com declarações insensatas e compatíveis com alguém que se apresenta como cristão, ou como os protagonizados em manifestações recentes dos que defendem o "orgulho gay" em suas versões de paradas e atos públicos, que a priori teriam legitimidade não fosse os excessos e evidentes atos de igual intolerância, semelhantes aos que dizem está submetidos.  Também vale abordar outros atos de fomento a condutas indesejada de parte a parte, carregadas de expressões de violência de toda sorte e podendo mesmo  ser entendidas como agressões e violações a direitos constituídos, mutuamente ocorridas e perpetradas nos últimos tempos.

Crucificação segundo LGBT, parada gay - imagem obtida no Google Imagem

Cena da parada gay em SP - Imagem obtida no Google Imagens

Isto com toda certeza, para quem tem o mínimo de bom senso, não é saudável, construtivo e nem oportuno, e a muito já passou dos limites, pois impele a sociedade a um conflito ainda maior e sem perspectiva de solução nos próximos anos.

Quando falamos de alguns que protagonizam a cena, vale lembrar também o papel inconstante de pessoas como o deputado Jean Wyllys, que em muitos momentos, também perde a oportunidade de fazer a condução adequada das discussões e soluções, e ao invés disso, passa a alimentar ainda mais a mútua rivalidade em curso, destilando insensatez e manifestações questionáveis sobre os problemas, causas, e outros aspectos, baseadas em interpretações com elevado grau de pessoalidade e pouco respeito a verdade histórica dos acontecimentos, dado o grau de parcialidade e distorção com que apresenta o problema, como em seu artigo de 08 de junho publicado na Carta Capital.

A crucificação da artista transexual - Carta Capital 08.06.2015

É oportuno lembrar, que para este caos e sucessivas ocorrências e afirmações de rivalidades, ainda contribuem outros atores, como o Governo e suas contradições, com posturas às vezes incoerentes, tendendo para este ou àquele lado, tentando coibir violências por meio de tratamento desiguais e ineficientes em alguns casos, mediante propostas e intervenções legais controversas.  Também há entre representantes da imprensa e da mídia, alguns tidos como de vanguarda, problemas sérios, e em algumas situações agem como meros panfletos ou fomentadores de uma das ideologias envolvidas, ou até de um viés de exacerbação dos ânimos e sentimentos, às vezes distorcendo ou ignorando os fatos e realidades.  Além destes ainda há outros, como os que representam esferas do Ministério Público Federal, que da mesma forma que atuam na defesa dos que se incluem em "minorias" e tentam quebrar "preconceitos instigados" (como os atribuídos a declarações do apresentador de tv Datena, ligados aos evangélicos), omitem-se em outras, onde deveriam sim atuar e coibir manifestações de violência e incitação que podem ser constatadas em episódios da "parada gay", as quais mereciam ser cobrada as responsabilidades, com propostas de posturas mais equilibradas sejam dos que possam ter perpetrado os excessos, sejam dos organizadores do evento que os tenham aprovados ou permitido, pois são atitudes igualmente condenáveis e impróprias. 

Violência, intolerância religiosa, preconceito, e tantas manifestações negativas de parte a parte, não devem ser incentivadas, toleradas ou ignoradas, mas tratadas equilibradamente e justamente, para permitir que prevaleçam a paz, o equilíbrio e o diálogo, em prol da construção de ambiente social mais justo a todos, é oportuno atuar em favor da pacificação das questões, o que não quer dizer que deve haver omissão ou dissimulação dos problemas, mas que o respeito e a seriedade deve nortear principalmente os que se propõem a ser representantes e parte do processo de construção social necessárias aos temas, levando a sociedade formas de tratar as questões adequadamente.

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Abrimos este espaço para manifestação de opinião, que a seguir apresentamos e é de responsabilidade de José Dilson Melo:



José Dilson - colaborador
Lamentável que para muitos a alternativa seja a prática da incompreensão, e que desejem se firmar adotando ações que visam apenas atingir seus supostos desafetos.  Um gesto como este propagado e noticiado amplamente, desencadeia apenas mais rivalidade mútua e a perda de possibilidades de diálogo e compreensão que deveriam ser objeto dos esforços comuns.  A opção pela fé e por uma religião, alimentada por número enorme de cidadãos como nós,  não é apenas um direito individual como alguns tentam colocar e restringir, é parte significativa de nossas estruturas e está presente no desenvolvimento humanos em todos os sentidos, pois é um traço marcante das sociedades e dos povos em todo o mundo, desde sua concepção básica de agrupamento, família, e não podendo ser dissociado de sua história e organizações, mesmo as mais atuais e modernas.  Para alguns a bandeira da laicidade do estado, da liberdade de expressão e opções, tornaram-se desculpas e argumentos que sucumbem em gestos como este, pequenos, uma clara forma de agressão a valores de muitos grupos cristãos, e numa extrapolação das "bandeiras" e direitos dos que se manifestam ou protestam.

É conveniente se amparar em liberdades individuais a seu bel prazer, e atentar contra a dos que se tornam desafetos e alvo de suas exacerbações desnecessárias, não raramente recorrendo a ridicularização de símbolos e crenças, e idéias e pensamentos, a outras violências ou a uma visão míope da história, invocando erros ocorridos em períodos onde a própria concepção humana, sobre sociedade, vida e direitos em alguns momentos importantes era incipiente e carecia de valores (como os cristãos) que não se encontravam em muitas das principais estruturas do estado das sociedades, bem como esquecendo todos os aspectos positivos que a fé, a religião e os gestos de nobres homens trouxeram ao mundo como um legado.  Agem assim para ao cometerem erros tão grotescos e nocivos quantos os que condenam, e que poderiam se comparar aos de outrora (respeitando-se os padrões de cada período vivenciado pela humanidade e sua evolução), pois são sim atos de violência e agressão consumada e deliberada, que desencadeiam muitas vezes em seus opostos, sentimentos não desejáveis e que deveriam ser tratados por meio de um diálogo respeitoso e contínuo na busca pela convivência fraterna baseada no respeito em sua plenitude.

Justificar atos como este relatando outros de igual desprezo, praticados ao longo do tempo por representantes ou não destes mesmos grupos que hoje agem norteados por uma intolerância tão grande quanto as que supostamente condenam contra si, menosprezar reações ocorridas ou coisa e tal, é fraqueza de argumento e até caráter, é uma mera recorrência a um discurso falso de vitimismo indiscriminado, convenientemente manipulado. A bem da verdade as pessoas não deveriam ser compreendidas a luz dos grupos de pensamentos, ou mesmo opções, mas a luz da dignidade intrínseca ao homem, e para nós que professamos a fé cristã, em razão da sua semelhança com Deus.  É lamentável o que fazem a alguns!

É triste que estes manifestantes, levianamente usem de questões que precisam sem debatidas e tratadas com seriedade e sensatez, numa tentativa de se por como vítimas, e façam destes personagens não mais que sínicos atores sem memória, pois esquecem que nós cristãos também temos argumentos históricos para nos colocarmos também como vítimas, de muitas formas e em muitos momentos e situações, sejam elas de passados remotos ou recentes, sejam praticadas por outros grupos religiosos, ateus, déspotas, ou admiradores e adeptos de hábitos tidos por promíscuos ou animalescos.

Não são estas as formas para nós ou para quem defende sua liberdade, mais adequadas e fraternas de agirmos, pensarmos o vivermos em sociedade, não é olhando apenas por um prisma ou momento, nem mutuamente nos agredindo e rivalizando com escárnio e desrespeito a preceitos alguns dos quais universais.

Infelizmente escolhem uma via que leva não a fraternidade mas a duros enfrentamentos, que não desejamos e não defendemos, mas ocorreram para tristeza de muitos pela que representa a humanidade.

O caminho melhor a seguir é o do respeito, amor e fraternidade, mesmo para os que não acreditam em Jesus Cristo, uma vez que são valores atemporais e universais capazes de unir e nos fazer vencer as diferenças.  

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