sexta-feira, 30 de novembro de 2018

G20, cenário internacional, e um Brasil menor

Estamos assistindo mais um encontro do G20, desta feita na Argentina, e com cada vez mais adversidades, com conflitos de interesses, políticos, econômicos e estratégicos, e muitos sinais de que as coisas caminham mal, governantes, representantes e mandatários com discursos belicosos e ameaças de toda sorte e intensidade.



Vimos discursos, notas e reportagens, onde líderes como o presidente dos EUA, Trump, se recusando a manter contatos de alto nível, conversas como as previstas com o líder russo Putin, num cenário de aumento de tensões, oriundas de divergências que se acumulam, sanções, e mesmo conflitos como o da Síria, e pontos sensíveis como na Venezuela, e principalmente com a Ucrânia.



Com a China não é menos complicado, o líder Xi Jinping, cuja a nação está à frente da economia internacional, como motor dos investimentos e desenvolvimento, com projeção política e comercial em todas as partes do mundo, sem falar da evidente influência e hegemonia, na geopolítica especialmente da Ásia, e no mar do Sul da China, ponto de disputa direta com EUA e seus aliados.

Pontos de atrito estão também prejudicando relações internas na UE, desta com alguns países com significativa importância, por influência e ou envolvendo ou não americanos e Trump, mais principalmente com fatores estratégicos da OTAN, e das principais nações do bloco, sua própria existência está em conflito, o caso inglês é emblemático, com o Brexit.  Acrescente tensões com a Rússia, Síria, Turquia, e Irã, mais as questões comerciais de comércio e expansões como o caso do Mercosul, e as projeções relativas ao Acordo de Paris, e as pendências sobre avanços de pautas sobre o clima, e o caldo tende a desandar.

O Brasil assinou o apoio ao Acordo de Paris na reunião do Brics no G20. A posição de Temer é diferente da de Bolsonaro sobre o tema - O Sul 30.11

Sob Bolsonaro, Brasil assume liderança dos Brics em 2019... - UOL 30.11


Macron vê Bolsonaro como obstáculo a acordo entre União Europeia e Mercosul - Folha de São Paulo 29.11

Amadorismo e delírios conspiratórios marcam primeiros passos da política externa de Bolsonaro - Racism oAmbienta 11.1l

"Vai tornar o país um pária. Sair do Acordo de Paris é desembarcar do mundo" - Valor 25.10


Líderes dos BRICS na Argentina no G20 - O SUL / NBR


Os sinais contraditórios emitidos pelos representantes do futuro governo Bolsonaro, são mais que preocupantes e geram antes mesmo da sua posse, sérios problemas e dificuldades de relacionamentos, com vizinhos do Mercosul, secundarizados em discursos e declarações de futuros ministros como Paulo Guedes da economia, e com outros importantes países, China, Noruega, Egito e muitas nações do mundo árabe, em face de um novo posicionamento no G20, com  o indesejado alinhamento automático com políticas e interesses americanos, e de outros aspectos comerciais e geopolíticos não antes tomados, desde a criação dos BRICS.

“Acoplamento Cego”: Nos EUA, Haddad critica submissão de Bolsonaro a Trump 30 de novembro de 2018 0 Por Redação Urbs Magna

Submissão do Brasil a Trump abre crise com Mourão e com agronegócio - Pátria Latina 28.11

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Declarações como as do presidente francês, Macron, sobre posições antecipadas por Bolsonaro, sobre o Acordo de Paris, e possível retirada do Brasil deste importante instrumento internacional de combate aos efeitos climáticos e regramento do uso de recursos naturais e seus efeitos, podem e já estão isolando o nosso país, nos centros de decisões e no cenário internacional, com sérios riscos aos nossos acordos e tratados no comércio mundial.  Setores exportadores nacionais já manifestam muita preocupação com perdas nas exportações, seja por não integração ao acordo do Mercosul com a UE, seja por retaliações da China ou dos árabes por verem seus interesses prejudicados pelo Brasil.

Há uma crescente percepção de riscos e perdas nas relações internacionais construídas pelo Brasil por muitas décadas, e de exposição e atração  de eventos não desejáveis, e para os quais o país não está preparado, apenas para servir a manobras americanas sem grandes ou boas perspectivas ao Brasil. Com o agravamento do protecionismo internacional, ou da crise instalada com a guerra comercial entre China e EUA, tomar efetivo partido e se aliar aos americanos, pode não ser saudável,  seja pelos riscos ou pela falta de compensação de perdas com ampliação e estreitamento do alinhamento político com os americanos, cuja a economia e poderio já não são os mesmos, e pouco podem nos oferecer, e muito menos com o agravamento do quadro social interno, seja político ou econômico, ou de segurança alimentar e de caráter público, com ampliação de mazelas, violências e serviços precários, que o Brasil já enfrenta.

2019 aponta para um Brasil menor. em todos os aspectos (antes positivos e desejáveis)!

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